Caminha acelerou, desde março, as candidaturas e processo de empreitadas de ecovias e trilhos para serem alternativas à praia, uma das “montras turísticas” do concelho que, este ano, devido à pandemia de covid-19, sofrerá uma “limitação tremenda”.
“Nos últimos anos triplicámos os quilómetros de ecovias e trilhos do concelho e pretendemos ir mais longe. Desde março, percebendo os efeitos que a pandemia de covid-19 teria no turismo e na necessidade de reinventarmos a nossa oferta, acelerámos as candidaturas e processo de empreitadas de ecovias e trilhos, porque percebemos que o núcleo da nossa montra turística – praia, gastronomia e eventos – iria sofrer uma limitação tremenda”, afirmou hoje à Lusa o presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves.
Atualmente, a rede de ecovias daquele concelho tem uma extensão de mais de 13 quilómetros. Em Caminha existem ainda cinco trilhos pedestres de pequena rota, sinalizados. Quatro destes trilhos percorrem a Serra d’Arga, com uma área de 10 mil hectares, que abrange cinco concelhos do distrito de Viana do Castelo, dos quais 4.280 se encontram classificados como Sítio de Importância Comunitária.
Segundo o autarca socialista, “só nos últimos dois meses, o município lançou a concurso público a continuidade da ecovia do rio Minho com procedimento publicado, na sexta-feira em Diário da República (DR), o mesmo procedimento para a ecovia que atravessa a Mata da Gelfa, na freguesia de Âncora, através da sociedade Polis Litoral Norte”.
O município “está ainda a construir a parte em falta da ecovia do Camarido e adjudicou a empreitada da ecovia da marginal de Caminha, entre o posto Náutico e a praia da Foz do Minho, intervenções iniciadas em tempo de pandemia”, disse.
“A ideia é procurar alternativas para que as pessoas saibam que têm as praias condicionadas, têm os restaurantes com meia lotação, não têm muitos dos eventos que costumamos oferecer, mas estamos a trabalhar para terem mais e melhores ecovias para poder andar, correr, passear de bicicleta, desfrutar da paisagem”, reforçou.
Já o vereador das Obras Públicas, Rui Lages, explicou que a construção do troço Pedras Ruivas e Cais de São Bento e a freguesia de Seixas, lançada a concurso público pelo valor base de 286.654 euros, “tem uma extensão de aproximadamente dois quilómetros, surgindo junto ao Cais de São Bento, na freguesia de Seixas, em direção a norte”.
“Com esta empreitada, a autarquia pretende completar mais 1,2 quilómetros de ecovia, tornando possível um caminho ininterrupto de 3,2 quilómetros pelas margens do rio Minho”, especificou.
A obra “vai contar uma comparticipação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de 100 mil euros e tem um prazo de execução de 150 dias”.
Em curso, destacou Rui Lages, está a ligação da ecovia de Cristelo, atualmente com uma extensão de 1,5 quilómetros, a Moledo, através da Estrada Nacional (EN) 13.
Esta intervenção implicou “a desafetação de alguns terrenos que se encontravam em reserva ecológica”, procedimento que a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Caminha veio permitir.
“Além da continuidade da ecovia existente, passa a existir uma passadeira inteligente que faz uma passagem segura de atravessamento da EN 13 para a freguesia de Moledo. Esta passadeira inclui duas colunas inteligentes, com iluminação LED, e os limites e balizamento da passadeira serão iluminados com recurso a tecnologia fibra ótica. Isto é, sempre que um peão se aproximar da passadeira, esta emitirá um feixe de luz, iluminando-se, dando uma melhor e maior visibilidade ao peão e ao automobilista. Esta iluminação acende automaticamente sempre que o peão se apresenta a menos de 20 metros da passadeira”, especificou.
Esta empreitada, num investimento superior a 136.850 euros, tem um prazo de execução de 180 dias, numa extensão 500 metros.
Em Portugal, morreram 1.316 pessoas das 30.623 confirmadas como infetadas, e há 17.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.