Nos últimos dias, O MINHO recebeu várias denúncias de festas ilegais, em Moledo do Minho, no “Miradouro da Cruz”, ou Miradouro e Cruzeiro do Sino Dos Mouros.
Os residentes na encosta do monte, no lugar de Perrinchão por onde passa a estrada com acesso para o miradouro, queixaram-se diversas vezes à GNR de Caminha, mas a “Guarda só intervém quando há sangue”.
As restrições sanitárias impostas aos estabelecimentos de diversão noturna empurram os jovens para festas ao ar livre sem fiscalização. O presidente da junta de freguesia de Moledo afirma: “São festas com mais de 150 jovens”.
“São dezenas de carros, todas as noites, para cima e para baixo”, afirma um dos moradores a O MINHO. Fotografias enviadas para o jornal retratam episódios de assédio a moradores, vandalismo e violência de madrugada, quando a festa acaba.
“Já ligamos dezenas de vezes para a GNR, mas eles não intervêm”, acrescenta o morador. “Numa destas noites partiram-me o retrovisor e houve pancadaria à porta de minha casa, quando a Guarda chegou já estava tudo resolvido”, afirma a O MINHO um morador, após apresentar queixa no Subdestacamento de Controlo Costeiro da GNR, em Caminha.
Joaquim Guardão, presidente da junta de freguesia de Moledo, nunca foi convidado para a festa, mas, todos os dias de manhã, ordena a dois funcionários que limpem o lixo ressacado no miradouro: “São festas com mais de 150 jovens, entre os 150 e os 200. Malta que está de férias, que estiveram confinados durante boa parte do ano e é natural que se divirtam, mas tem de ser com regras. Já o ano passado foi um regabofe”.
“No parque de merendas não estragaram nada, mas quando descem, descem bêbados e fazem muito barulho”, afirma o autarca, quanto aos incómodos para os moradores, “as pessoas queixam-se um pouco”.
“Não é a primeira vez que isto acontece. Há pais que deixam aqui os jovens sozinhos, de férias, vindos do Porto e de Lisboa, e eles organizam estas festas pelo Whatsapp. Alguns até da Póvoa de Varzim, de Esposende e da Apúlia dirigem-se de propósito, para aqui. É preciso haver regras”, remata o presidente da junta.
GNR registou quatro autos de notícia em agosto
João Viana, capitão e responsável pelas relações públicas da GNR no distrito, explica sobre as diligências adotadas: “No concelho de Caminha, e sobretudo na segunda quinzena de agosto, verificou-se um aumento do fluxo de pessoas, em particular nas zonas balneares e locais de diversão noturna. Esta situação levou a um reforço de meios de intervenção e ordem pública nos fins-de-semana de 21 e 22, e 28 e 29 de agosto, tendo adicionalmente vindo a ser orientado o esforço de patrulhamento para as localidades com maior afluência, permitindo uma maior visibilidade e a prevenção da criminalidade”.
Durante o mês de agosto foram registados quatro autos de notícia, no Posto Territorial de Caminha, associados a atos de violência e vandalismo, que deram origem aos respetivos processos-crime.