As operações de dragagem no Portinho de Vila Praia de Âncora, em Caminha, começam amanhã, quarta-feira, informou a Câmara.
A autarquia adianta que foi informada pela Direção Geral de Recursos Marítimos (DGRM) do arranque das obras, no âmbito do contrato plurianual de dragagens de manutenção nos portos de pesca do Norte de Portugal.
Em comunicado, a Câmara salienta que “a notícia desta empreitada surge poucas semanas depois de a DGRM e o professor Trigo Teixeira, do Instituto Superior Técnico, ter reunido com a Câmara Municipal de Caminha e a Associação de Pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora para debater o resultado dos estudos preliminares que proporão a reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora, obra há muito pretendida pela comunidade piscatória e absolutamente essencial para a segurança de pescadores e proteção das embarcações”.
Citado no comunicado, o presidente da autarquia, Miguel Alves, assinala que “é com satisfação que [constata] que o Governo está a cumprir com os pescadores e com Vila Praia de Âncora”.
“No ano passado fez-se a maior dragagem de sempre no Portinho, tendo sido retirados mais de 100 mil m3 de areia que foram utilizados para enchimento dos geocilindros colocados como alicerce natural da Duna dos Caldeirões. Há poucos dias, percebemos que o estudo de reconfiguração do ‘layout’ do Portinho estava efetivamente a avançar. Agora, constatamos que as dragagens de manutenção comprometidas até 2023 vão, de facto, acontecer. Se criticamos a inércia no passado, é justo que possamos aplaudir a dinâmica no presente”, afirma o autarca.
Faz hoje precisamente um ano que o então Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, se deslocou a Vila Praia de Âncora para testemunhar a assinatura do Contrato Plurianual de Dragagens dos Portos do Norte que assegurava dragagens para 2022 e 2023, com quantidades de areia a retirar do Portinho que, globalmente, rondavam os 80 mil m3.
De acordo com o Plano de Dragagens com bacias e cotas a atingir na presente operação, prevê-se que possam ser retirados 30 mil m3 de sedimentos na zona do Portinho, aliviando as dificuldades sentidas pelos pescadores profissionais e desportivos.
De acordo com a DGRM, atendendo aos resultados das campanhas de caraterização de sedimentos em vigor, bem como ao histórico das campanhas anteriores realizadas neste porto, nas quais os sedimentos a dragar se enquadram na classe 1, prevê-se a sua imersão na zona de deriva litoral nos locais definidos no contrato e no Plano de Situação de Ordenamento do Espaço Marítimo (PSOEM).