O PSD de Caminha acusou hoje a maioria socialista na Câmara de conduzir o município a uma situação de “falência técnica” por ter aumentando, em dois anos, de três para 12 milhões de euros as dívidas de curto prazo.
Em resposta, o presidente da Câmara Municipal afirmou que “o comunicado do PSD é um amontoado mentiras”, adiantando que, “a meninos mentirosos, põe-se pimenta na língua, não se dá resposta”.
“Tinha graça a acusação da falência técnica se não tivesse herdado uma Câmara nas lonas e sem recursos para pagar o que deve. Herdamos um pesadelo de faturas nas gavetas, e de empréstimos por liquidar e estamos a fazer o que nos compete”, sustentou Miguel Alves.
Em comunicado, a comissão política de secção do PSD Caminha acusou o executivo liderado pelo autarca socialista Miguel Alves de ter “conseguido passar, em dois anos, de uma dívida de curto prazo de três milhões de euros, paga a 90 dias e com depósitos em bancos de mais de dois milhões de euros (deixado pelo anterior executivo), para uma dívida de 12 milhões de euros, com 800 mil euros de disponibilidades, sendo que 600 mil euros são de cauções, ou seja dinheiro que pertence aos munícipes”.
O PSD acusou ainda a maioria socialista de “não pagar o abastecimento de água ao concelho à empresa Águas do Noroeste, desde janeiro de 2015”.
“Todos os munícipes pagam religiosamente a água, saneamentos e resíduos, que perfaz um total de receita mensal de mais de 200 mil euros, mas este dinheiro não está a ser usado para pagar a água (cerca de um milhão de euros em falta) à empresa”, lê-se na nota enviada à imprensa.
Segundo aquela estrutura partidária, “as piscinas municipais de Vila Praia de Âncora não estão a ser pagas desde janeiro de 2015”, um “incumprimento de mais de 7 meses com a Caixa Geral de Depósitos, que pode levar a situações, como a penhora das contas do município”.
“Não perco tempo com absurdos. Tenho sete milhões de empréstimos do PSD para pagar, tenho um milhão de euros de sentenças por liquidar, e tenho que assegurar o pagamento de 900 mil euros, por ano, para sustentar a PPP ruinosa das piscinas de Vila Praia de Âncora”, respondeu o autarca socialista.
O dinheiro gasto pelo executivo na cultura, “que, no primeiro semestre deste ano absorveu neste mais de 300 mil euros”, em detrimento “das instituições e associações do concelho”, as transferências para as Juntas de Freguesia, e alegadas ilegalidades nas datas das ordens de pagamento integram ainda “a denúncia pública” do PSD sobre “a grave situação financeira do município”.