A Câmara de Braga pondera vir a processar judicialmente o consórcio ASSOC- Soares da Costa & Associados por erros graves na construção do estádio de futebol, detetados em 28 ancoragens, do sistema de cabos de aço que segura a bancada poente ao granito da antiga pedreira.
Segundo fonte empresarial, a degradação das ancoragens pode pôr em causa a segurança da bancada levando mesmo à sua queda. Uma tese que o presidente da Câmara, Ricardo Rio rejeita: “é alarmismo. Só haveria problemas se a situação não estivesse controlada e monitorizada, como temos feito. Não há perigo nenhum de ruína”, afirmou.
Quando tomou posse, em 2013, Rio mandou fazer uma inspeção às duas mil ancoragens e ordenou a reparação de quatro que estavam danificadas. Depois disso pediu uma peritagem ao LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) que concluiu que a degradação ultrapassa as 20 estruturas. É o custo das duas reparações e de danos futuros – alguns milhões de euros – que estará em causa na ação judicial. O jurista municipal Fernando Barbosa e Silva tem indicações políticas para “meter” a ação mas ainda não decidiu qual a forma jurídica, e qual o Tribunal, que pode, também, ser o Arbitral. A garantia da obra já caducou pelo que – disse outra fonte – terá de ser invocado o “incumprimento do contrato”.
Além de defeitos alegadamente surgidos pelo emprego de técnicas deficientes na colocação das ancoragens, estas estão sujeitas ao esforço mecânico provocado pelas palas de cimento do estádio, que atingem milhares de toneladas. Acrescenta que, como as ancoragens foram mal feitas, a degradação vai continuar.