Uma igreja de Boticas e outra de Guimarães vão ser alvo de obras de restauro e conservação no âmbito do Plano Românico Atlântico, lançado em 2010 em consequência da construção das barragens do Alto Tâmega pela espanhola Iberdrola.
Os protocolos de colaboração entre o Ministério da Cultura, Fundação Iberdrola e câmaras de Boticas e Guimarães concretizam-se na terça-feira e dizem respeito a intervenções nas igrejas de Covas do Barroso e Serzedelo.
Segundo informou esta segunda-feira a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), em Boticas vai ser feita uma intervenção de conservação e valorização na igreja românica de Covas do Barroso, um edifício datado do século XIII que, posteriormente, foi muito modificado. A igreja está circundada por um adro no qual se encontra a torre sineira.
Em Guimarães, vai ser feita a conservação e o reforço estrutural da igreja de Serzedelo, cuja data de construção poderá ser dos séculos XII-XIII, tratando-se de um edifício de uma grande austeridade arquitetónica com características românicas.
O Plano de Restauro do Românico Atlântico foi lançado em 2010, junta o Ministério da Cultura de Portugal, a Junta de Castilla y León e a Fundação Iberdrola e tem como objetivo o restauro e manutenção do património de arte românica, atuando em monumentos situados nas imediações dos rios Douro e Tâmega.
De acordo com a DRCN, o investimento global ascende a 4,5 milhões de euros e, para além da recuperação do património cultural, natural e social da região, o plano visa ajudar a dinamizar a atividade socioeconómica e potenciar os laços transfronteiriços entre Espanha e Portugal.
A segunda fase do projeto corresponde à execução do Plano Românico-Atlântico 2015-2018 na região norte de Portugal, no âmbito da qual se incluem as intervenções em Boticas e Guimarães.
O Plano Românico Atlântico prevê a participação financeira no restauro das duas igrejas românicas no âmbito do projeto do Sistema Eletroprodutor do Tâmega levado a cabo pela Iberdrola.
O Sistema Eletroprodutor do Tâmega é um dos maiores projetos hidroelétricos levados a cabo na Europa nos últimos 25 anos e contempla a construção de três aproveitamentos hidroelétricos na região do Alto Tâmega: Gouvães (bombagem), Daivões (turbinação) e Alto Tâmega (turbinação).
As barragens deverão estar concluídas em 2023 e o maior volume de trabalhos concentra-se entre os anos 2018 e 2020.