A Câmara Municipal de Santo Tirso esclareceu hoje que contabilizou 110 cães com vida no abrigo de animais atingido pelo incêndio na Serra da Agrela, lamentando a morte de 54 animais.
Num novo comunicado enviado à Lusa, o município presidido pelo socialista Alberto Costa esclarece que, “quando o incêndio foi dado por dominado, já de madrugada, e na sequência do período de rescaldo, foi possível contabilizar com vida 110 cães que se encontravam no abrigo de animais”, e não retirados como referido anteriormente.
Segundo a autarquia, morreram 52 cães e dois gatos.
O município afirma que tem em curso “um plano para a retirada dos animais daquele espaço, de forma a garantir todas as condições de tratamento e bem-estar animal”, confirmando que, até ao momento, foram realojados 13 animais no Canil/Gatil Municipal de Santo Tirso.
“Dado o número elevado de animais em causa, foram estabelecidos contactos com a Direção-Geral de Veterinária e com outros Municípios, no sentido de arranjar alternativa ao abrigo para os restantes animais”, acrescenta.
A Câmara de Santo Tirso afirma que apenas pôde executar o plano de retirada durante o dia de hoje, “porque não estavam, de acordo com as autoridades de proteção civil, reunidas as condições de segurança para o realojamento dos animais durante a madrugada de sábado”.
Testemunhas no local disseram à Lusa que os animais resgatados dos dois canis atingidos pelo incêndio na Serra da Agrela estão a ser distribuídos por associações de proteção de animais e a ser encaminhados para clínicas.
Sónia Cunha, uma das pessoas que se dirigiu hoje ao local para ajudar a resgatar os animais, disse à Lusa que foi montado um hospital de campanha no local, para a prestação dos primeiros cuidados aos animais, e que estes estão a ser distribuídos entre associações de proteção dos animais e, os que estão em estado mais grave, para clínicas veterinárias.
Abrigos para animais em Santo Tirso já tinham sido alvo de queixa que foi arquivada
Sónia Cunha afirmou que, além do “Cantinho 4 patas”, há um segundo canil, menos atingido, mas de onde os populares estão igualmente a retirar os animais.
A GNR afirmou hoje que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais.
O PAN informou que apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia” em Santo Tirso e pedirá esclarecimentos ao ministro da Administração Interna sobre a morte de dezenas de animais na sequência do incêndio.
Mais de 45 mil assinaram já petição por causa de animais em Santo Tirso
O Bloco de Esquerda, por seu turno, anunciou que quer explicações dos ministros da Administração Interna e da Agricultura no parlamento, bem como da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), sobre a situação.
Uma petição a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil cantinho 4 patas em Santo Tirso” reuniu, até às 20:50, 68.963 assinaturas.
A associação Animal solicitou também hoje ao Governo e ao parlamento que sejam apuradas responsabilidades no caso das mortes de animais naquele abrigo particular em Santo Tirso.