Câmara de Guimarães insiste na via do Avepark após obra ter sido travada pelo Ministério Público

Câmara de guimarães insiste na via do avepark após obra ter sido travada pelo ministério público
Foto: CM Guimarães

O presidente da Câmara de Guimarães reiterou hoje a intenção de avançar com o projeto de construção da via rodoviária ao Avepark, depois de o Ministério Público (MP) instaurar uma ação judicial para travar a obra.

Domingos Bragança (PS) foi questionado durante a reunião do executivo camarário pela vereadora eleita pela coligação Juntos Por Guimarães (PSD/CDS-PP) Vânia Dias da Silva sobre o facto de o MP ter instaurado junto do Tribunal Administrativo de Braga uma ação de impugnação de atos administrativos praticados pelo município e pela Entidade Regional da Reserva Agrícola Nacional do Norte (ERRAN-Norte), que viabilizaram a execução desta via.

O autarca explicou que, na sequência da ação do MP, que tem efeito suspensivo, o município vai apresentar junto do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Braga “os argumentos, os fundamentos e as razões” que assistem à autarquia, no sentido de ver o projeto concretizado.

Em nota publicada na sua página da Internet, em 04 de outubro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicava que a ação administrativa visava a impugnação de atos administrativos “praticados pelo município de Guimarães e pela ERRAN – Norte, atos mediante os quais foi viabilizada a execução de uma via rodoviária de ligação ao AvePark (6.900 metros)”.

“O fundamento da ação reside na implantação do trajeto em consideráveis áreas da Estrutura Ecológica Municipal e da Reserva Agrícola Nacional, inscrevendo-se a ação pública em causa na tutela jurisdicional dos valores jurídicos inerentes ao ordenamento do território e ao solo agrícola, valores supra individuais, cuja defesa incumbe também ao Ministério Público”, justificava a PGR.

A ação do MP surge após a decisão da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAMAOT), que, em maio, solicitou ao MP “a invalidade” da decisão da ERRAN – Norte, que permitia avançar com o projeto da via ao AvePark.

A decisão da IGAMAOT foi tomada depois de uma exposição, enviada em dezembro de 2022, pela Associação Vimaranense para a Ecologia (AVE), que está contra a construção deste projeto rodoviário que prevê atravessar Ponte, União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite, Santa Eufémia de Prazins e Barco, ao longo de quase sete quilómetros de extensão no concelho de Guimarães.

A coligação Juntos Por Guimarães (PSD/CDS-PP) sempre se manifestou contra este projeto, com quase uma década, defendendo, antes, a requalificação da Estrada Nacional 101, com uma “derivação” até ao AvePark e um canal dedicado que ligue Guimarães à Vila das Taipas, como forma de melhorar a mobilidade no concelho.

A vereadora eleita pelo PSD/CDS-PP Vânia Dias da Silva perguntou ainda a Domingos Bragança se o município tem algum projeto alternativo, ou se prefere “persistir no erro” de manter o projeto original de construção de uma via de ligação ao AvePark – Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães.

Na resposta, o presidente da Câmara de Guimarães lembrou que “todas as entidades” que tinham de aprovar o projeto, aprovaram, nomeadamente a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Domingos Bragança assumiu também que “há dinheiro para fazer a obra estratégica para o concelho e para a região”, revelando ter “38 milhões de euros” já aprovados, provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

 
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