A Câmara Municipal de Esposende recusa qualquer responsabilidade pela quebra do contrato-promessa que existia com o SC Braga para a utilização do Complexo Desportivo de Fão e frisa que “tudo fez para honrar” os compromissos assumidos com o clube bracarense.
Em causa estava o processo de licenciamento do espaço que, como acordado entre o CF Fão, autarquia e SC Braga, não se concretizou.
“Apesar de todos os esforços encetados pela Câmara Municipal, a responsabilidade pela legalização do Complexo Desportivo cabia exclusivamente ao Clube de Futebol de Fão, não sendo possível à Câmara agir em seu nome ou substituí-lo nesse processo”, lê-se no comunicado enviado às redações.
De acordo com a mesma nota, durante o processo de licenciamento, constatou-se, a partir de certa altura, que o Clube de Futebol de Fão “adotou uma agenda própria e, a partir desse momento, deixou de cumprir os compromissos assumidos, o que impediu a legalização do Complexo Desportivo de Fão em tempo útil”.
“Como consequência dessa demora e na sequência do processo de execução movido contra o Clube de Futebol de Fão, o Complexo Desportivo foi vendido judicialmente, sem que a Câmara Municipal se pudesse opor. Contudo, a Câmara Municipal conseguiu, mesmo assim, assegurar a manutenção da cláusula de reversão, protegendo os interesses da comunidade de Fão e de Esposende”, nota.
A autarquia lamenta, por isso, que não tenham sido “honrados os compromissos assumidos”, lembrando ainda que “foi a direção do Clube Futebol Fão quem trouxe o SC Braga à Câmara Municipal, tentando, dessa forma, resolver um gravíssimo problema financeiro que haviam criado e que se arrastava há mais de uma década”.
Na altura, a Câmara liderada por Benjamim Pereira ficou “entusiasmada com o projeto desportivo apresentado pelo SC Braga – Futebol SAD, que muito contribuiria para a promoção da prática desportiva com visibilidade nacional e, por essa via, para a promoção do território, respeitando o Clube Futebol de Fão e a sua história”.
“Infelizmente nada disso se verificou e assim se perde uma oportunidade única e irrepetível para o engrandecimento da Vila de Fão e do Município”, acrescenta.
A Câmara Municipal ficará, agora, a aguardar por novos desenvolvimentos, por parte dos intervenientes neste processo, “continuando a defender os seus interesses junto das instâncias judiciais, se assim se vier a verificar”.
O Complexo Desportivo de Fão tem sido a casa sobretudo da equipa B de futebol dos bracarenses, que milita na Liga 3, mas também de outras equipas ‘arsenalistas’, nos últimos anos.
“Devido à falta de licença de utilização do complexo desportivo, desde o momento da negociação inerente ao contrato-promessa e à sua outorga, tanto o CF Fão como a Câmara Municipal de Esposende assumiram a obrigação de legalizar o imóvel de forma a ser possível celebrar a escritura definitiva em curto espaço de tempo”, explicaram os bracarenses, numa nota emitida na segunda-feira.
Revelaram ainda que “volvidos quase seis anos, o complexo desportivo ainda se encontra ilegal por não ter licença de utilização”.
O SC Braga notou ainda que, “apesar dos compromissos e obrigações contratuais assumidos e do sinal prestado, o CF Fão tem, ao longo dos últimos anos, obstado à celebração da escritura do contrato prometido, mantendo o imóvel ilegal de forma a evitar que a SAD do SC Braga, inclusive, pudesse executar o contrato-promessa com segurança de que o mesmo estaria apto ao fim a que se destina”.