O presidente da Câmara de Braga afirmou hoje que a continuação da sede distrital da Polícia Judiciária (PJ) naquela cidade “passa por saber se o ministério da Justiça quer investir” ou prefere “esperar que outros ” o façam por ele.
Em declarações à Lusa, Ricardo Rio afirmou que o município não vai ceder a “chantagens” nem entrar em “leilões” para que a PJ continue instalada no concelho e considerou que as afirmações da secretária de Estado da Justiça, que colocou em causa a continuação da sede daquela força policial em Braga devido às “condições miseráveis” das atuais instalações, de que não haveria soluções no município são “desinformadas”.
Ricardo Rio adiantou ainda que já questionou, via carta, o primeiro-ministro sobre as aquelas afirmações de Helena Mesquita Ribeiro, proferidas na quinta-feira em Braga, durante o 5.º Congresso de Investigação Criminal.
“A questão central, para mim, é saber se o Ministério da Justiça quer ou não quer investir na criação de condições dignas para a PJ em Braga (…) ou se, estranhamente, agora vai adotar uma postura, que me parece muito pouco cordial da parte do Estado Central, que é fazer uma espécie de leilão entre concelhos para ver quem é que vai substituir-se ao Estado a disponibilizar instalações a preço de saldo ou graciosamente para instalação das valências públicas”, afirmou Ricardo Rio.
“Uma coisa é as câmaras colaborarem, outra coisa é seremos alvo dessa chantagem de ou oferecem as instalações ou vamos para outro local, nesse jogo nós não entramos claramente”, avisou.
Para o autarca, “o ministério da Justiça tem todas as condições para concretizar o investimento mas agora tem que concretizar e não esperar que outros façam por ele o que compete ao Estado Central”.
A governante adiantou a hipótese de ser deslocada a sede distrital da PJ: “Temos situações de colaboração em muitos outros municípios e, na eventualidade de não conseguirmos em Braga, há aqui situações próximas e que a Polícia Judiciária também ficaria bem instalada e partiremos para outro município”, disse.
Segundo Helena Mesquita Ribeiro está a ser tentada uma solução junto do Ministério da Agricultura a disponibilização de um terreno em Braga indicado pela Câmara.
No entanto, segundo o autarca, a governante não estará bem informada.
“Está desinformada. Um dos terrenos que a senhora sec. de Estado citou é em Lamaçães, que ela disse que não é possível porque estaria no Ministério da Agricultura, a verdade é que esse terrenos foi desafeto da bolsa de terras do ministério por uma razão semelhante que na altura pretendia construir-se ali o quartel da PSP e não avançou porque o Ministério da Administração interna não teve recursos para isso”, contextualizou Ricardo Rio.