O município de Braga vai pedir à Associação Nacional de Municípios que intervenha junto do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) para que este altere parte das regras em vigor no que toca à concessão de cédulas a nadadores salvadores. O pedido prende-se com o facto de não haver profissionais suficientes para que as piscinas municipais funcionem de forma permanente, situação que, previsivelmente, se agravará no verão. E com a falta de nadadores o custo hora, que era de 4,5 euros antes da pandemia é agora superior a sete, mesmo fora da época alta. O que sucede em todo o país.
Fonte do gabinete da vereadora Sameiro Araújo, que tutela o Desporto, disse a O MINHO que uma das soluções poderia passar por distinguir os nadadores que operam em piscinas municipais, algumas de pequena dimensão, e os que trabalham em praias, fluviais ou de mar, onde o grau de risco é maior. “Sucede que os ‘salvadores’ mais velhos, com alguns anos de prática, vão revalidar as cédulas e são ‘chumbados’ pelo ISN nas provas físicas, quando as suas aptidões servem perfeitamente para que vigiem piscinas”, sublinhou.
Segurança em causa
A Câmara entende, também, que, e dado que em causa está a segurança dos banhistas, seria necessário criar uma espécie de carreira para este tipo de profissão, de forma a que deixe de ser intermitente, ou seja, procurada na maioria das vezes apenas no verão. “Muitos dos nadadores são estudantes universitários. Ora, o alargamento da época balnear faz com que coincida com a época de exames e de início do ano letivo, impedindo-os de concorrer”, sublinhou a fonte.
Conforme O MINHO noticiou, as piscinas de Braga – quatro tanques ao todo – estão com dificuldades de funcionamento, – sobretudo à noite – encerrando em alguns casos, por falta de Nadadores Salvadores. Ao que O MINHO apurou, os nadadores não aceitaram trabalhar porque os valores que lhes propuseram como pagamentos são irrisoriamente baixos.
Empresa desistiu
Contactada a propósito sobre o tema, a vice-presidente do Município, Sameiro Araújo, que tutela a área do Desporto e dos respetivos equipamentos, esclareceu que a empresa que ganhou o concurso público para a disponibilização de nadadores salvadores pediu a rescisão do contrato, alegando, precisamente, problemas com os profissionais. “Fizemos o concurso atempadamente, para que tudo funcionasse bem, mas fomos confrontados com a desistência do vencedor”, explicou.
A autarca salientou que a Câmara vai, agora, adjudicar o contrato com a firma que ficou em segundo lugar no concurso: “Há de facto casos de turmas de natação que ficam sem aulas por falta de nadadores, mas algumas ainda se realizam dado que a empresa coloca o respetivo ‘salvador’ sempre que tem disponibilidade para isso”.
Sameiro Araújo, que espera que o problema fique resolvido em breve, acentua que há um problema a nível nacional com estes profissionais, uma espécie de greve por melhor retribuição, e que tem afetado vários outros municípios.
Para tentar minorar a dificuldade de contratação, a Câmara está a fazer um curso para formação de 20 nadadores, com a duração de um mês: “o problema é que o nível de reprovação é de 30 a 40 por cento. E muitos mudam de poiso quando lhes dão condições melhores”.