A Câmara de Braga aprovou hoje, por maioria, o pagamento de 1,1 milhões de euros aos Transportes Urbanos de Braga (TUB), para compensar esta empresa municipal da perda de receitas decorrente da pandemia de covid-19.
A medida contou com os votos favoráveis dos vereadores eleitos pela coligação Juntos por Braga e da CDU, tendo o PS optado pela abstenção.
O pagamento visa compensar a não cobrança dos passes mensais entre março e maio de 2020, decidida pelo município e pelos TUB para travar a propagação do vírus e apoiar os utentes.
O PS, pela voz do vereador Artur Feio, manifestou-se preocupado com o valor que a fatura a pagar pelo município poderá atingir quando contabilizado todo o período da pandemia.
“Não sabemos bem onde isto vai parar, qual a conta que vão apresentar ao município. Mas pode-nos custar seis ou sete milhões de euros por ano”, referiu.
Contas refutadas por Sandra Cerqueira, da administração dos TUB, que garantiu que os 1,1 milhões são “suficientes para equilibrar” as contas da empresa.
Os socialistas criticaram a maioria por não ter preparado um plano de contingência que acautelasse as “previsíveis” dificuldades por que os TUB iriam passar, acusando o presidente da Câmara, Ricardo Rio, e os seus pares de optarem sempre pela “injeção de capital”.
Acusação refutada pelo presidente da Câmara, que disse não haver qualquer “despejar de dinheiro” para os TUB, mas sim o financiamento da estrutura, evitando assim medidas penalizadoras para os trabalhadores.
“A única alternativa era fazer o que outros fizeram, pôr trabalhadores em ‘lay-off’, despedir trabalhadores”, referiu.
Sublinhou que os TUB vinham registando crescimento nos seis anos anteriores, assumindo-se como “um caso raro” a nível do país.
“Em 2013 [quando a Câmara passou do PSD para a coligação PSD/CDS/PPM], a empresa estava tecnicamente falida”, acentuou.