A maioria PSD/CDS-PP/PPM na Câmara de Braga aprovou esta segunda-feira o “congelamento” dos tarifários de água e saneamento para 2017 e uma redução de 20% na fatura final das Juntas de Freguesia, mas para a oposição era possível “ir mais longe”.
Esta segunda, na habitual conversa com os jornalistas após a reunião do executivo, o vereador da CDU, Carlos Almeida, que votou contra a manutenção das tarifas de água e saneamento nos atuais valores, acusou a atual maioria de “falta de vontade política para baixar os tarifários de água e saneamento praticados pela AGERE defendendo que os “chorudos” lucros apresentados por aquela empresa municipal suportavam esse corte.
Também em conferência de imprensa, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, explicou que o “congelamento” daquelas tarifas resulta do “esforço” de dois anos de mandato para “inverter a tendência de subida” de preços praticados pela AGERE.
“Não se pode ignorar que quase 4 milhões, 89% dos lucros, foram distribuídos a título de dividendos pelos acionistas. Se há margem para distribuir 89% dos lucros pelos acionistas na empresa parece-nos que a margem para a redução do tarifário era real, efetiva e só não se concretiza por falta de vontade política”, defendeu.
Segundo Carlos Almenida, “há uma opção clara de manter uma margem de lucro considerável para se poder continuar a distribuir esses chorudos lucros pelos acionistas da empresa, e como é sabido, 49% do capital da AGERE está nas mãos de privados”.
No mesmo sentido, o PS defendeu que “podia-se ir mais longe uma vez que os lucros dos privados sobem para 3,9 milhões de euros”.
Para o líder da vereação socialista, Hugo Pires, “há uma subida substancial dos lucros” pelo que a justificação de que “não se desceram os tarifários porque os lucros serão para reinvestir em infraestruturas” é suficiente.
Apesar das críticas da oposição, Ricardo Rio destacou que “agora estão reunidas as condições para que em 2017 haja uma efetiva redução dos tarifários cobrados aos consumidores”.
Segundo explicou o autarca, a decisão de não aumentar as tarifas teve a anuência do parceiro privado senão não seria possível uma vez que o acordo parassocial da AGERE exige o apoio de dois terções do capital social para alterar a política de preços.
“Como o município detém 51%, a decisão de baixar os tarifários terá de ter a unanimidade dos sócios da AGERE, nesse sentido, nada disto seria possível se não tivéssemos a concordância do parceiro privado”, referiu o autarca.