Câmara de Barcelos viabiliza empresa municipal mas cisão no PS acentua-se

Câmara de barcelos viabiliza empresa municipal mas cisão no ps acentua-se

A Câmara de Barcelos aprovou, esta segunda-feira, a nomeação dos representantes da autarquia na Assembleia Geral da Empresa Municipal de Educação e Cultura (EMEC), mas a votação voltou a pôr a nu a cisão registada no seio da maioria socialista.

Com a aprovação daqueles representantes, a EMEC vai poder, finalmente, pagar os salários de maio aos seus trabalhadores.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis do presidente e da vice-presidente da câmara e dos vereadores da coligação PSD/CDS. Os quatro vereadores socialistas sem pelouro abstiveram-se, a exemplo do vereador independente.

Este foi mais um episódio resultante da cisão registada no seio da maioria socialista na Câmara de Barcelos, depois de, a 6 de maio, o presidente, Miguel Costa Gomes, ter retirado os pelouros ao vereador Domingos Pereira, que fora o seu número dois e que é o presidente da Concelhia socialista.

No mesmo dia, e em solidariedade com Domingos Pereira, outros três vereadores socialistas (Alexandre Maciel, Elisa Braga e Carlos Brito) renunciaram aos pelouros que detinham.

Alexandre Maciel e Elisa Braga abdicaram também dos cargos que detinham na EMEC, como representes do município.

Para preencher os lugares deixados vazios na EMEC, o presidente propôs dois membros do gabinete da vice-presidente, Armandina Saleiro, mas os quatro vereadores socialistas sem pelouro dizem ter “seríssimas dúvidas” quanto à compatibilidade de funções.

Na segunda-feira, aqueles quatro vereadores votaram contra e chumbaram a proposta.

Esta segunda, optaram pela abstenção, para, como adiantou Domingos Pereira, ninguém os poder acusar de inviabilizarem o pagamento dos salários aos trabalhadores da EMEC.

Mesmo assim, a sua abstenção é “provisória”, ficando condicionada ao pedido de um parecer à Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Norte, para aferir da compatibilidade de funções e da inerente legalidade da nomeação.

“Só depois desse parecer é que votaremos em definitivo”, disse Domingos Pereira.

Aos jornalistas, o presidente da Câmara classificou de “irresponsável e lamentável” a atitude dos quatro vereadores, sublinhando que eles “tinham a obrigação de viabilizar a proposta”, e fez saber que não vai pedir parecer nenhum, sublinhando que a proposta “está aprovada”.

“Se ele não o pedir, nós teremos certamente meios legais para o obrigar a fazê-lo”, reagiu Domingos Pereira.

Os vereadores da coligação PSD/CDS adiantaram que votaram a favor para que não fossem os trabalhadores da EMEC a pagarem a fatura da crise no seio da maioria socialista.

O vereador independente, Manuel Marinho, absteve-se e disse temer pelas “graves consequências” que o concelho poderá ter de suportar até ao final do atual mandato, com o executivo socialista transformado “numa geringonça que se arrasta com quatro rodas bloqueadas”.

 

Miguel Costa Gomes só decide futuro após reunião com direção nacional do PS

Miguel Costa Gomes afirmou, esta segunda-feira, que aguarda uma reunião com a direção nacional do partido para tomar uma decisão quanto à sua eventual recandidatura nas próximas autárquicas.

“Já me reuni com a [Federação] Distrital e estou a aguardar que o partido nacional me chame para conversar. Só a partir daí é que tomarei uma atitude”, referiu Costa Gomes aos jornalistas.

Costa Gomes está a cumprir o seu segundo mandato como presidente da Câmara de Barcelos e já disse que gostaria de voltar a ser o candidato do PS nas próximas eleições, para concluir o projeto iniciado em 2009, tendo já manifestado essa disponibilidade ao partido.

No entanto, também já admitiu, em maio, que poderá protagonizar uma candidatura independente, caso o partido escolha outro candidato.

Esta segunda-feira, já disse que “neste momento” não admite nada, mas sublinhou que, a partir da escolha que o partido fizer, agirá de acordo com aquilo que entende ser “a cidadania e o contrato” que diz ter com os barcelenses.

Presidente da camara municipal de barcelos, miguel costa gomes

O PS/Barcelos iniciou, em abril, um processo de consulta interna, para escolha do próximo candidato à câmara.

Foram chamados a votar os presidentes de junta do PS e os membros do Secretariado e da Comissão Política Concelhia, num total de mais de 120 pessoas.

Os resultados dessa escolha não foram divulgados, mas segundo a imprensa local o mais votado foi o presidente da Concelhia, Domingos Pereira, também vereador na câmara.

A 6 de maio, Costa Gomes retirou os pelouros ao vereador Domingos Pereira, alegando “deslealdade” e “progressivo afastamento” da vida autárquica, após a sua eleição para deputado na Assembleia da República.

No mesmo dia, e em solidariedade com Domingos Pereira, outros três vereadores socialistas (Alexandre Maciel, Elisa Braga e Carlos Brito) renunciaram aos pelouros que detinham.

Com pelouros ficaram apenas o presidente e a vereadora Armandina Saleiro, entretanto promovida a vice-presidente.

Notícia atualizada às 15h50.

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