A Câmara de Barcelos quer que a ‘bazuca’ europeia financie a construção de um novo hospital público no concelho. É uma das reivindicações do município, que participou na consulta pública do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), documento estratégico para as opções estruturais de Portugal ao longo da década.
Em comunicado, a autarquia considera que, apesar das linhas estratégicas do PRR apresentadas pelo Governo “se afigurarem como as mais adequadas ao objetivo de recuperar e reforçar a resiliência da economia portuguesa”, as “medidas concretas demonstram um claro favorecimento de determinados territórios em detrimento de investimentos, nesses mesmos setores definidos como prioritários do documento, em concelhos como o de Barcelos”.
Posto isto, a autarquia barcelense considera que deviam ser inscritos no PRR a construção de um Novo Hospital em Barcelos, “de acordo com o protocolo assinado com o Governo da República, em 2008, e reconhecidamente prioritário para a melhoria de qualidade dos serviços de saúde das populações dos concelhos de Barcelos e Esposende”, lê-se no comunicado.
Outras reivindicações são a reabilitação e reforço da rede de cuidados primários; investimentos na mobilidade que permitam a supressão das passagens de nível; reforço da mobilidade sustentável no concelho e as ligações às autoestradas que cruzam o concelho e as variantes urbanas; a aquisição de uma frota de veículos elétricos para os transportes urbanos e melhoria das infraestruturas ferroviárias; criação de um fundo destinado à reabilitação da rede viária municipal, já que, com as sucessivas desclassificações, se tornou num dos grandes problemas da maioria dos grandes municípios portugueses.
A Câmara defende ainda um programa de reabilitação das escolas EB2,3; programas transversais a todo o território para permitir o reforço da componente de Investigação & Desenvolvimento do IPCA; a Ecovia do Rio Cávado; o Parque Natural de Areias de Vilar; a navegabilidade do Rio Cávado com a recuperação dos açudes e a construção de eclusas; programa de apoio à construção e reabilitação de infraestruturas desportivas.
A autarquia salienta “como positivos os investimentos na componente Empresas 4.0, nomeadamente no que à transição e capacitação digital do tecido empresarial concerne”, mas alerta para as “especificidades de setores como o têxtil, o agroindustrial e o comércio, que são pilares da nossa economia e que têm demonstrando uma enorme resiliência e capacidade de modernização, mas que necessitam de apoios mais eficazes para ultrapassar os desafios atuais”.
“Um dos grandes desígnios deste plano – argumenta também a Câmara Municipal – é promover a competitividade e a coesão territorial” e, por isso, é necessário que Barcelos beneficie “de investimentos que representem uma verdadeira aposta na recuperação económica e no combate às assimetrias que se acentuam neste período de profunda crise em Portugal, na Europa e no mundo.”
Tanto mais, acrescenta o comunicado, que a proposta do PRR em discussão pretende “assegurar um território simultaneamente competitivo e coeso, através da promoção de investimento em infraestruturas rodoviárias transfronteiriças e de ligação às redes principais bem como em áreas de acolhimento empresarial”.
Por isso, e “sem prejuízo dos vários programas, nas mais diversas áreas em que o Município, as instituições e empresas do concelho poderão, naturalmente, candidatar-se, é de todo fundamental que este documento posso receber e incluir os contributos concretos do município de Barcelos”.