A Câmara de Cerveira anunciou hoje que vai cortar as relações comerciais e fechar as contas que detém no Millenium BCP em resposta ao facto de o banco ir encerrar o balcão naquela vila.
Em comunicado, o presidente da autarquia refere que, na sequência “de rumores de um eventual encerramento” do balcão do Millenium BCP em Cerveira solicitou “uma reunião com caráter urgente à administração bancária, com o intuito de obter um esclarecimento oficial da situação”.
Ora, após três reuniões, entre 9 e 23 de junho, adianta o presidente da Câmara, Fernando Nogueira, que “ficou claro o objetivo de encerramento” do balcão daquela instituição bancária na vila minhota.
“Perante esta decisão unilateral do Millennium BCP e lesiva para o desenvolvimento de Vila Nova de Cerveira, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira informa que vai cancelar as relações comerciais que mantém com o Millennium BCP, nomeadamente avançar com o corte imediato das contas à ordem. Deste modo, mantém-se o princípio da autarquia de trabalhar preferencialmente com instituições de crédito instaladas no concelho”, refere o comunicado.
Fernando Nogueira manifesta “total desagrado e surpresa para com esta decisão, cujos critérios saem da esfera do entendimento público, assentando aparentemente em pressupostos administrativos, não considerando a importância estratégica deste serviço de proximidade para munícipes particulares e para empresários, prejudicando assim o seu dia a dia”.
O autarca realça que o concelho “tem um forte dinamismo empresarial que, só em volume de exportações, ronda os 700 milhões de euros (dados referentes a 2017) e onde à data pré-covid-19 empregava mais de 4300 trabalhadores, além de que é de conhecimento público que a instituição Millennium BCP tem uma forte presença de emigrantes que depositam grande confiança nesta relação de proximidade”.
Reconhecendo que os bancos, apesar de serem “entidades privadas, e, portanto, com gestão própria e objetivos empresariais definidos”, o autarca considera que, “mesmo assim, devem perseguir objetivos sociais”, até porque quando há problemas na banca “é o Estado – por consequência, todos os contribuintes – que é chamado a resolver problemas considerados graves e onerosos para os portugueses”.
Com o corte de relações comerciais entre a autarquia e o banco, o presidente da Câmara vinca “o princípio do município de trabalhar preferencialmente com instituições de crédito instaladas no concelho”.