Os serviços técnicos da Câmara de Vila Verde emitiram um parecer no sentido de não permitir a construção de um hipermercado da marca Continente, da empresa Sonae-Distribuição, no Bom Retiro, em Vila Verde, se a entrada e saída de automóveis confrontar com a rotunda ali existente.
O ‘chumbo’ tem em conta que a rotunda é uma das mais movimentadas da vila, pelo que a entrada e saída de carros iria sobrecarregar o tráfego na zona, podendo mesmo ser causadora de acidentes.
Ao que O MINHO apurou, o dossier ainda não está concluído, não havendo, por isso, uma decisão final sobre o projeto. Mas o promotor terá, agora, de apresentar novo estudo de trânsito, sendo que a única saída viável para os automóveis seria a de se usar a estrada que vai para São Vicente, mas essa seria uma não-solução já que os carros
voltariam para trás indo ter à mesma rotunda.
O terreno está inscrito no PDM Plano Diretor Municipal como de “habitação”, não podendo, por isso, a não ser que o Plano seja alterado, albergar uma média superfície comercial.
Para além disso, há moradores que se opõem, por causa do aumento do trânsito e do consequente ruído e poluição na zona.
O Continente havia já entregue na Autarquia um PIP-Pedido de Informação Prévia sobre o investimento, que é acompanhado de um pré-projeto para a loja alimentar.
Alguns moradores manifestaram já a sua apreensão junto dos serviços autárquicos pelo facto de o terreno – e a futura loja – ficar mesmo em cima da Rotunda.
Dizem que o tráfego na zona já é muito intenso, pelo que – dizem – a circulação local irá “tornar-se ainda mais difícil”, sobretudo nas horas de ponta.
Alegam que causa ruídos e fumos tóxicos, oriundos dos gases de escape, o que afeta os residentes, já que, atrás do terreno, – com cinco a seis mil metros quadrados – existem dois prédios de apartamentos. A isto – dizem – há que somar o efeito de calor causado pela refração do sol, já que este baterá nas placas do telhado do mini-hipermercado, aumentando a temperatura ambiente, sobretudo no verão, e junto aos prédios.
Alguns residentes contestam, ainda, a necessidade de se construir mais um hiper na zona, onde a 100 metros de distância já existe o Intermarché e o Mini-Preço. “Uma loja do Continente é bem vinda à sede do concelho. Aumenta a concorrência e cria empregos. Mas há outros locais mais aptos”, assinalam.