Caldeira Cabral pediu para sair do Governo

Assim como os outros três ministros.
Caldeira Cabral é o n.º 1 da lista de deputados do PS no círculo de Braga. Foto: Facebook de José Litra (Arquivo)

O primeiro-ministro afirmou hoje que “todos” os ministros agora remodelados, incluindo Manuel Caldeira Cabral (Economia), cabeça de lista do PS no distrito de Braga, nas últimas legislativas, e Azeredo Lopes (Defesa), Adalberto Campos Fernandes (Saúde) e Luís Filipe Castro Mendes (Cultura), pediram para abandonar as suas funções no executivo.

“Foram todos a pedido dos próprios, como consta do decreto do senhor Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou António Costa, depois de interrogado se, tirando o caso do pedido demissão de Azeredo Lopes, que foi público na sexta-feira, também os restantes ministros lhe tinham solicitado a sua exoneração.

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O líder do executivo falava aos jornalistas no Palácio de Belém, após a cerimónia de posse dos novos ministros: João Gomes Cravinho (Defesa), Pedro Siza Vieira (Economia), Graça Fonseca (Cultura) e Marta Temido (Saúde).

António Costa referia-se à nota que foi divulgada no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que: “o Presidente da República aceitou hoje [domingo] as propostas do primeiro-ministro de exoneração dos atuais ministros da Cultura, da Saúde e da Economia, a seu pedido, e dos ministros Adjunto e do Ambiente”.

Após a cerimónia de posse, o primeiro-ministro foi também confrontado pelos jornalistas com o caráter inédito de quatro novos ministros assumirem funções em pastas cujo orçamento foi preparado pelos seus antecessores no cargo.

O primeiro-ministro, porém, afastou qualquer problema no funcionamento do Governo resultante do processo de transição de pastas.

“As propostas de Orçamento não são dos ministérios, os orçamentos não são dos ministros, os orçamentos são do Governo. O Governo é como um todo e, por isso, concluída a aprovação [pelo executivo] da proposta de lei, todos se encontram em condições de dar execução, uma vez ele seja aprovado pela Assembleia da República”, alegou.

Questionado se as mudanças que agora são operadas no setor da energia, que transita da Economia para o Ministério do Ambiente, são favoráveis aos interesses de empresas como a EDP, António Costa contrapôs que as mudanças “fazem seguramente a vontade a todos aqueles que têm consciência de que as alterações climáticas são uma ameaça real”.

“As alterações climáticas constituem mesmo o maior desafio que se coloca atualmente para o ambiente. Isso significa que a política de energia tem de estar orientada pelo objetivo fundamental de se assegurar a descarbonização da economia e a transição energética. Por isso, a energia está onde deve estar, ou seja, no Ministério do Ambiente”, acrescentou.

 
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