A cabra prenha resgatada pela GNR de Montanha numa escarpa inacessível do Parque Nacional da Peneda-Gerês esta quinta-feira já teve a cria no dia seguinte e os proprietários do animal batizaram-no com o nome Valente em homenagem aos militares do Posto de Busca e de Resgate em Montanha da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro da GNR.
Alberto Rodrigues, o pastor da aldeia serrana do Soajo (Arcos de Valdevez) que passou três dias e três noites desesperado, quando a cabra foi para um local inóspito próximo do rio Lima, na Barragem do Lindoso, em Ponte da Barca, revelou a notícia a O MINHO, elogiando “o trabalho dos homens da GNR de Montanha, que salvaram a mãe e a cria, em condições bastante adversas”.
Tal como O MINHO noticiou em primeira mão, a cabra escapuliu-se para uma zona “com muita água e muito lodo”, nas imediações da Barragem do Lindoso, entre Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, segundo explicou o pastor, explicando “ser impossível chegar lá pelos nossos próprios meios, até que alguém sugeriu que contactássemos a GNR de Montanha”.
“A cabra pariu durante o dia de sexta-feira, no estábulo junto aos nossos cavalos, pelo que resolvemos hoje colocar-lhe o nome Valente, em homenagem à valentia dos homens da GNR, que com muita destreza retiraram o animal lá de baixo, com muito cuidado, sabendo que estava a cabra em fim de gestação, porque eu avisei-os logo”, disse Alberto Rodrigues.
“A GNR fez um excelente trabalho, porque a cabra estava com a barriga muito grande, passou ali três dias e três noites, grande parte do tempo debaixo de chuva intensa, mas nós sem nada podermos fazer-lhe a não ser falar-lhe, pois sabíamos que além do mais ela estava prestes a parir e ali as condições não eram as melhores, pelo contrário”, acrescentou o pastor.
Alberto Rodrigues salientou que “a mesma cabra já tinha dado à luz há dois anos atrás, ela é muito meiguinha, até deixa pegar na cria, mas se não tivesse saído de lá com a GNR de Montanha, poderia ser trágico, porque os lobos comiam-na, até as raposas, se o nascimento se tivesse dado naquelas fragas, não comiam a mãe, mas comiam o filho, como é habitual”.