Um cabo de fibra ótica colocado há dez anos “sem autorização” dentro de uma conduta de saneamento, em Braga, levou à acumulação de toneladas de lixo que entupiram um coletor, obrigando a seis dias de trabalhos para a desobstruir.
Esta manhã, em conferência de imprensa, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Braga, Altino Bessa, e o administrador da AGERE Rui Morais disseram-se surpreendidos por existir um cabo de fibra ótica naquele local porque nem sequer é “tecnicamente recomendável”, além de não existir registo de qualquer autorização para aquela operação.
O cabo – que levou a que um coletor empresa municipal de águas e saneamento AGERE acabasse obstruído devido à acumulação de lixo e originasse um “rolhão” – terá sido colocado num emissário para o projeto Braga Digital pelo executivo da altura, liderado pelo PS, alegadamente sem colher pareceres técnicos.
“Esta obstrução ocorreu devido a um cabo dentro do coletor que passa naquela zona. (…) É surpreendente para nós a existência deste cabo no coletor. Não existe dentro da AGERE qualquer autorização para que um cabo de fibra ótica passe dentro deste emissário. Deste ou de qualquer outro”, explicou Rui Morais.
Também para Altino Bessa aquele cabo encontrado numa conduta é uma surpresa até porque não será o melhor local para instalar aquele tipo de equipamento.
“É estranha a existência deste cabo de fibra ótica nas condutas de saneamento da AGERE porque tecnicamente não é recomendável, é surpresa porque não foi autorizada”, apontou.
O vereador da coligação PSD/CDS-PP, que lidera a autarquia bracarense, referiu ainda que a inexistência de culpados surpreende.
“É surpresa porque não há ninguém na Câmara Municipal (…) responsável e não há ninguém do ponto de vista técnico que assuma esta responsabilidade”, apontou.
A empresa municipal AGERE foi alertada na quarta-feira para uma “pequena inundação” junto às piscinas da rodovia tendo sido depois detetada uma obstrução de uma conduta, o que obrigou a trabalhos de limpeza das condutas de saneamento entre a Rodovia e a Avenida S. Bartolomeu dos Mártires durante seis dias “de forma ininterrupta”, com recurso a serviços externos ao município.