Cabeceiras de Basto e Fafe estão a adotar medidas de emergência devido à chuva em áreas ardidas

Para evitar derrocadas e deslizamentos de terra
Foto: CM Fafe

As autarquias de Cabeceiras de Basto e Fafe anunciaram, esta terça-feira, que estão a adotar diversas medidas de emergência para evitar derrocadas ou deslizamentos de terra nas zonas ardidas com a queda de chuva forte que está prevista a partir de amanhã.

Como O MINHO noticiou, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, que podem ser acompanhados de trovoada e vento forte.

“As áreas afetadas pelos recentes incêndios rurais, que ficaram sem coberto vegetal e com cinza acumulada à superfície, que funciona como uma matéria impermeável, estão, por isso, mais expostas e vulneráveis à precipitação”, explica a autarquia de Cabeceiras de Basto, em comunicado enviado às redações.

Por isso, as primeiras chuvas podem provocar “instabilidade de vertentes, conduzindo a movimentos de massa (deslizamentos, derrocadas e outros) motivados pela infiltração da água”.

Face a este quadro o Serviço Municipal de Proteção Civil, em conjunto com as Equipas e Brigada de Sapadores Florestais, iniciou a implementação de medidas de antecipação operacional, nomeadamente no reforço das medidas de estabilização de emergência das áreas ardidas e no reforço das limpezas e desobstrução do sistema de drenagem (valetas e aquedutos) das vias públicas.

“O impacto destes efeitos pode ser minimizado através da adoção de comportamentos adequados”, aponta.

A Proteção Civil Municipal recomenda que sejam adotadas medidas preventivas, designadamente: a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas; bem como estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança.

O incêndio que deflagrou na última semana na freguesia de Riodouro, concelho de Cabeceiras de Basto foi o mais grave na região do Ave, destruindo duas casas, uma de primeira habitação, e consumiu ainda uma terceira parcialmente.

No concelho de Fafe, está a ser realizado um trabalho com o mesmo objetivo. A autarquia, em articulação com o ICNF, procedeu a uma avaliação das áreas afetadas e, nesse seguimento, foi implementado um conjunto de medidas imediatas de estabilização pós-incêndio, antecipando as condições meteorológicas previstas para os próximos dias.

“Desta forma, reduzem-se os impactos negativos provocados pela erosão hídrica, que aumentam o risco de deslizamentos e degradação do solo nas áreas afetadas pelos incêndios”, nota.

Para além desses trabalhos, o Município de Fafe e as Juntas de Freguesia estão a proceder a trabalhos preventivos nas áreas envolventes às áreas ardidas e nas áreas historicamente identificadas como mais sensíveis. Estão igualmente a proceder à monitorização das mesmas, considerando a previsão de agravamento das condições meteorológicas para as próximas horas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo (15 de setembro) ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, arderam perto de 76 mil hectares.

 
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