A Câmara de Cabeceiras de Basto aprovou, com os votos favoráveis da maioria socialista e abstenção da oposição, o Orçamento para 2019 no valor de 22,8 milhões de euros, superior em 4,3 milhões ao deste ano.
Jorge Machado, vereador do movimento Independentes por Cabeceiras, disse hoje à Lusa que o orçamento que foi aprovado na terça-feira é “vincadamente eleitoralista” e “tem tudo para todos”, mas “há muita coisa que, infelizmente, não vai passar do papel”.
“A nossa abstenção é uma espécie de benefício da dúvida, esperamos que pelo menos uma parte do que está previsto se concretize”, acrescentou.
Em comunicado, a Câmara, de maioria PS, destaca como principais investimentos para 2019 a requalificação do Campo do Seco, a regeneração urbana da avenida Capitão Elísio de Azevedo no Arco de Baúlhe e a ampliação da Casa da Cultura para a instalação do Arquivo Municipal.
O arrelvamento sintético dos campos de jogos de Alvite, Cavez e Arco de Baúlhe, o apoio aos Bombeiros Cabeceirenses para a criação de uma Equipa de Intervenção Permanente e a renaturalização das margens do Rio Ouro são outros investimentos previstos.
Foram inscritas outras obras e projetos no Orçamento de 2019 que a Câmara espera que possam vir a beneficiar de financiamento e para as quais foram ou vão ser apresentadas candidaturas.
São os casos da promoção da eficiência energética em edifícios municipais e na iluminação pública, o desenvolvimento e promoção de trilhos e o parque de campismo.
“Dado o elevado valor previsto em obras financiadas, em que parte desse montante tem de ser assegurado pelo município, a Câmara Municipal poderá vir a ter de recorrer a empréstimos bancários para fazer face a estes investimentos”, acrescenta o comunicado.
Sublinha que a Câmara, no final do terceiro trimestre de 2018, apresentava uma margem utilizável para endividamento de 2,5 milhões de euros.
O líder da oposição disse não acreditar, “nem de perto, nem de longe, que o orçamento tenha uma grande execução”, por se tratar de um documento que “não é minimamente realista”.
“Foi colocado lá tudo, é ano de eleições [legislativas] e importa criar expectativas positivas em relação à gestão do PS”, criticou Jorge Machado.
O executivo de Cabeceiras de Basto conta com quatro eleitos do PS e três do movimento independente.