O astrofotógrafo Miguel Ventura, residente em Guimarães, fotografou no início deste ano a nebulosa IC 2118, cujo nome informal por entre a comunidade astronómica é “Cabeça da Bruxa”, a partir de Várzea Cova, nas serras de Fafe. O exemplar só foi possível graças a algumas horas de céu limpo e à teimosia do astrofotógrafo, para além da objetiva Samyang 135-F2.8 utilizada para captar o momento.
Os cientistas acreditam que a “Cabeça da Bruxa” se trata de uma antiga supernova. Localiza-se a 900 anos luz da Terra, o que significa que o registo que Miguel Ventura captou aconteceu por volta de 1124, mesma era em que terá vivido D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal.
Segundo a National Geographic, um ano-luz “é o equivalente a cerca de 9,46 trilhões de quilómetros no total, o que significa que a luz pode percorrer essa distância num ano terrestre (365 dias). Tratando-se de 900 anos-luz, a imagem que agora vemos corresponde a esse período no Tempo, ou seja, demorou 900 anos a chegar ao nossos nossos olhos.
Extremamente difícil de capturar
Nas redes sociais, Miguel Ventura descreve o momento: “Como qualquer nebulosa de reflexão, a nebulosa da Cabeça da Bruxa reflecte a luz das suas estrelas mais ‘próximas’ entre as quais a imponente super gigante azul Rigel que não só é a sétima estrela mais brilhante do nosso céu, como tem um brilho 55.000 vezes superior ao nosso sol”.
O astrofotógrado explica que “esta nebulosa é extremamente ténue e difícil de capturar e pode ser localizada ali bem ao lado de Rigel que pertence à constelação de Orion”.