Burlaram uma casa de penhores de Fafe, mas com loja em Braga, onde haviam penhorado sete peças em ouro no valor de 49 mil euros. O trio, duas mulheres e um homem, de Braga, vão ser julgados por burla qualificada. A empregada do penhorista está acusada de abuso de confiança qualificada.
A acusação do Ministério Público concluiu que as duas mulheres, Dionísia e Águeda, e o marido da primeira, António, residentes no bairro social de Santa Tecla, em Braga, foram, em 2012 e 2013, à loja local da Prestiminho para penhorar sete peças em ouro, que valiam 57 mil euros. Para tal receberam em troca, o valor de 40 mil, e sete cautelas, ou seja, documentos que lhe permitiriam reaver as joias, devolvendo o dinheiro.
Os três eram clientes habituais do estabelecimento, sito na Rua de São Marcos, pelo que conheciam e tinham confiança com a funcionária, Maria Clara.
“Atenta a confiança que detinham com a Maria Clara, engendraram um esquema para a convencer a entregar-lhes as peças de ouros identificadas nas cautelas de penhor, para as integrar no seu património, sem que efetuassem o pagamento da quantia monetária que lhes foi entregue pela Prestiminho”, diz o magistrado, frisando que tal terá sucedido em maio de 2014.
Empréstimo
A funcionária, sem autorização da empresa, cedeu-lhes as peças com a promessa de que as devolveriam logo a seguir, pois apenas queriam usá-las num casamento.
Sucede que – acrescenta o MP – dias depois, “e sempre em conjugação e comunhão de esforços, pois que nunca tiveram intenção de devolver as peças em ouro”, disseram à arguida Maria Clara que a residência onde habitavam havia sido assaltada,” tendo os meliantes levado consigo as peças em ouro em causa, motivo pelo qual já não as podiam devolver”.
Nessa sequência, e para tentar dar credibilidade ao alegado assalto, os três arguidos convenceram Maria Clara a deslocar-se à sua residência, em Santa Tecla, onde lhe mostraram, no interior da cozinha, um cofre aberto e vazio, com papéis espalhados pelo chão. O que era falso, dado que a casa “não havia sido objeto de assalto algum”.
Nessa data, acrescenta o MP, o arguido António afiançou a Maria Clara que iria resolver a situação, o que não fez pois não devolveu as peças, nem efetuou o pagamento do correspondente valor do empréstimo à Prestiminho.
Os três, vieram, depois, a penhorar parte das joias numa outra sociedade prestamista em Braga.