A construtora de Braga, Britalar, cujo sócio maioritário é o empresário António Salvador, anunciou, em carta enviada aos trabalhadores, a apresentação de um novo Plano Especial de Recuperação (PER). Com o novo Plano, a empresa deixa de pagar as quantias mensais aos cerca de 30 ex-trabalhadores e ao fisco.
Deixa, também, de pagar aos restantes credores, nomeadamente à banca e a fornecedores, o que estava obrigada a fazer, sob pena de insolvência, desde o mês de novembro.
Ao que O MINHO soube, o novo PER deu entrada no dia 30 no Tribunal de Famalicão, devendo, agora, ser discutido pelos credores. Há dias, e em comunicado, a Britalar anunciou que iria apresentar novo Plano, adiantando que quer “pagar mais depressa aos credores”. Dizia, ainda, que reduziu a dívida de 44 para 30 milhões de euros, mas ao que O MINHO soube, não houve pagamentos de dívida, mas tão só garantias bancárias que a Britalar dera por obras então em curso e que, com o seu termo, caíram, deixando de contar na contabilidade.
O PER agora apresentado é o terceiro já que a construtora apresentou um primeiro em 2013, que não foi validado, pelo facto de as custas não
terem sido pagas. O segundo Plano foi aprovado pela maioria dos credores, apesar de alguns terem feito uma reclamação ao juiz, alegando supostas irregularidades na gestão, em especial, na venda de ativos da firma.
No PER que estava em vigor, constava que a Britalar devia 45 milhões de euros a 563 credores, e previa um prazo de 14 anos e 6 meses (150 prestações) para liquidação de 70% do montante de em dívida aos credores, banca e fornecedores.
A Britalar, criada em 1994 com sete milhões de euros de capital, tinha apresentado um primeiro PER em 2014, no Tribunal de Braga, que tinha como fundamento – expresso na decisão judicial – a sua aquisição pelo fundo bancário Vallis, operação que não se concretizou.
A primeira obra que realizou foi, como subempreiteiro da Bragaparques, a da construção do túnel da Avenida da Liberdade em Braga.
António Salvador, que é presidente do Sporting Clube de Braga, tem, ainda, negócios na área da hotelaria, do imobiliário e das concessões de estacionamento, em Braga, em Espinho e no Algarve.