A Câmara de Braga debate, segunda-feira, em reunião do Executivo, uma proposta do vereador Miguel Bandeira para a abertura de um concurso público para a conceção de um monumento evocativo do antigo arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa.
D. Diogo de Sousa, que foi bispo do Porto de 1496 a 1505 e, de seguida, arcebispo de Braga até à sua morte em 1541, deu um forte impulso à modernização urbana da cidade, levando-a, definitivamente, para fora das muralhas medievais.
“Foi pela sua ação notável qua a cidade rompeu a cintura de muralhas medieval, e se alargou extramuros. Construiu fora das muralhas uma nova cidade, com novos e arejados espaços que perduram até hoje. São da sua responsabilidade o Campo dos Remédios (Largo Carlos Amarante), o Campo da Vinha (Praça Conde de Agrolongo), o Largo das Carvalheiras e o Campo de Santana (Avenida Central)”, lê-se na Wikipédia.
O prelado, “também mandou abrir novas ruas e até uma nova porta da cidade, o Arco da Porta Nova. Construiu novas igrejas fora de muros como a Senhora-a-Branca”.
Na Sé de Braga, é responsável pela construção da atual capela-mor e também dos túmulos dos pais de D. Afonso Henriques (primeiro rei de Portugal), D. Henrique de Borgonha, conde de Portucale e D. Teresa de Leão.
“Ignorância é um mal”
Considerando a ignorância um mal, – acrescenta a enciclopédia livre – “empenhou-se em instruir o clero e fundar um grande colégio. Para tal, aconselhou o rei D. João III a fundar este grande colégio nas cidades de Braga ou do Porto, devendo este ser dotado de mestres de teologia e de todas as artes e ciências”.
Para este fim auxiliaria o rei caso escolhesse Braga. Em 1531, fundou finalmente o colégio de S. Paulo, sendo o ensino grátis para toda a pessoa que quisesse aprender quer fosse da cidade ou de fora”.
D. Diogo de Sousa, nasceu, provavelmente, em Figueiró dos Vinhos no ano de 1461, fez os seus estudos preparatórios em Évora e completou-os superiormente nas universidades de Salamanca e de Paris, onde se doutorou.
Foi Deão da capela real de D. João II de Portugal, participou nas embaixadas de obediência ao Papa Alexandre VI e Júlio II e foi capelão-mor da rainha D. Maria, segunda mulher do rei D. Manuel. Foi ainda bispo do Porto, tornando-se arcebispo de Braga e 1505, quando reinava D. Manuel.