Braga: uma nova etapa

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Braga: uma nova etapa

ARTIGO DE OPINIÃO

João Rodrigues

Vereador. Candidato à Câmara Municipal de Braga pela coligação “Juntos por Braga” (PSD/CDS/PPM).

Braga é hoje uma cidade em afirmação. Crescemos, ganhámos dinâmica, fixámos população, gerámos investimento e conquistámos um lugar de liderança nos principais indicadores do país. E este crescimento não foi obra do acaso. Foi o resultado de escolhas acertadas, planeamento estratégico e, acima de tudo, de muito trabalho: trabalho feito por quem está no terreno, conhece o território e se comprometeu com ele.

Cumprimos metas exigentes. Aumentámos a nossa população. Criámos empregos. Melhorámos os espaços públicos. Reabilitámos zonas degradadas. Atraímos empresas, talentos e famílias. Investimos na juventude, no desporto, na cultura e na inovação. Colocámos Braga no radar europeu do desenvolvimento urbano e tecnológico.

Hoje, somos a cidade mais jovem de Portugal e uma das que mais cresceu. E, por isso mesmo, tudo o que fizemos não pode ser desperdiçado.

Mas crescer é apenas a primeira parte da equação. A segunda, e decisiva, é saber gerir esse crescimento. E é aqui que Braga está hoje colocada: perante o desafio de consolidar as conquistas e transformar essa expansão em qualidade de vida, coesão social e sustentabilidade urbana.

Uma cidade em crescimento não pode estagnar, mas também não pode permitir que esse crescimento gere desequilíbrios ou se torne descontrolado.

As consequências de um crescimento rápido são visíveis e exigem respostas à altura: o aumento do trânsito, a escassez de habitação acessível, a sobrecarga em creches e escolas, a maior procura por espaços verdes e, até, perceção de alguma insegurança. Nenhum destes temas é irrelevante e todos exigem políticas públicas robustas, coerentes e tecnicamente bem preparadas.

É por isso que já avançámos com um conjunto de medidas claras, realistas e prioritárias, algumas das quais já em preparação técnica e com impacto direto nos principais desafios que a cidade enfrenta.

Desde logo, no domínio da mobilidade, é urgente a criação da Circular Externa de Braga. Esta via estruturante permitirá retirar do centro da cidade milhares de viaturas por dia, criando um novo equilíbrio no sistema viário urbano. A proposta é clara: aliviar a pressão, melhorar a fluidez e reorganizar a entrada e saída de tráfego no concelho.

A par disso, queremos implementar o transporte público gratuito para todos os residentes. Esta medida não é simbólica nem assistencialista. É uma resposta estratégica para tornar o transporte coletivo mais atrativo, mais competitivo, e mais utilizado por quem vive, trabalha ou estuda em Braga. Reduzir carros, reduzir emissões, reduzir tempos de deslocação — essa é a nossa meta.

Complementarmente, será lançado um Plano Permanente de Requalificação de Vias e Passeios, com uma dotação anual mínima de 10 milhões de euros. A manutenção da cidade não pode ser episódica ou reativa. Este plano permitirá intervir de forma preventiva e com critério técnico, garantindo maior conforto, segurança e durabilidade nas infraestruturas urbanas.

Mas o crescimento urbano também exige que se garanta acesso a espaços verdes e zonas de lazer. Por isso, algumas medidas são centrais: a criação do Parque de São Martinho, com mais de 50 hectares entre Dume e Frossos; a unificação do terrenos do Parque da Ponte, Monte Picoto e Camélias com o Estádio 1.º de Maio ao centro; a disponibilização da Quinta da Arcela; e a plantação de 100.000 árvores nos próximos quatro anos. Estas iniciativas reforçam a ambição de tornar Braga mais saudável, mais fresca, mais equilibrada. Uma cidade onde o crescimento construtivo convive com a natureza urbana.

No plano social, o crescimento demográfico trouxe desafios novos, sobretudo no que toca à resposta às famílias com crianças pequenas. Nos últimos três anos, o município licenciou projetos que representam mais de 600 novas vagas em creches. Mas este esforço será reforçado. Serão disponibilizados terrenos municipais para instalação de novas creches e berçários, em parceria com o setor privado e social, acelerando os processos de licenciamento e priorizando este tipo de equipamentos.

No mesmo sentido, será lançado um programa municipal de habitação acessível para a classe média, combinando terrenos públicos, incentivos fiscais e novos modelos de promoção. Braga precisa de garantir que quem aqui trabalha pode também aqui viver, sem ser empurrado para os concelhos vizinhos.

Por fim, uma nota sobre segurança: Braga continua a ser uma cidade segura, mas não podemos ignorar a perceção pública nem desvalorizar os sinais de inquietação que surgem em zonas específicas. Para dar resposta a este tema, será feito um reforço sério no efetivo da Polícia Municipal, acompanhado de mais meios, formação e proximidade. A isto junta-se a instalação de câmaras de videovigilância nos locais identificados pelas forças de segurança como prioritários (sempre com base legal, critérios transparentes e respeito absoluto pelos direitos dos cidadãos).

Estas são apenas algumas das medidas que constarão do nosso programa completo e que será apresentado nas próximas semanas. 

Outras propostas, com igual ou até maior importância, estão a ser trabalhadas com equipas técnicas e especialistas, em áreas como cultura, educação, juventude, desporto, inovação, sustentabilidade, governação digital e serviços públicos. Mas estas medidas, que aqui destaco, são já seguras, maduras e incontornáveis.

O que está em causa nas próximas eleições não é começar de novo. É não desperdiçar o que já conquistámos. É garantir que o crescimento de Braga é sustentável, equilibrado e justo. Que a cidade continua a ser moderna e acolhedora, mas sem perder a sua identidade nem comprometer o seu futuro.

Queremos uma cidade que não deixa ninguém para trás.

Crescer foi o primeiro – e decisivo! – passo. Agora, é tempo de uma nova etapa: colocar este crescimento ao serviço da qualidade de vida das pessoas.

 
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