A Ínsula das Carvalheiras, ruína romana do século I, no centro histórico de Braga vai entrar em obras, sensivelmente, na primavera. O projeto de musealização e visitação das ruínas, realizado por projetistas espanhóis, de Tarragona, Ricardo Mar e Alejandro Beltrán-Caballero, estará concluído em janeiro, após um atraso de três meses devido à pandemia.
O vereador da Câmara de Braga, Miguel Bandeira, com o pelouro do património, explicou a O MINHO que “o processo de engenharia e projeção da Ínsula das Carvalheiras está a ser ultimado”. “O projeto vai estar concluído em janeiro e de seguida será concursado”, acrescenta o vereador, perspetivando o arranque das obras para a primavera, após o resultado do concurso público.
O investimento base, previsto pela autarquia, está estimado num valor de 2,5 milhões de euros e a promessa é a de construir um túnel do tempo, remetente à história romana da cidade e para visita e usufruto de todos os cidadãos.
O acesso à ruína será feito através da Rua Cruz de Pedra e o vereador responsável salienta que “a intervenção da Ínsula das Carvalheiras irá ocorrer, unicamente em terrenos municipais”. Existe, no entanto, um terreno anexo à ruína que está atualmente entregue à propriedade privada.
A escavação arqueológica que decorre no local, há mais de duas décadas, está a ser levada a cabo pela vice-reitora da Universidade do Minho, Manuela Martins, com o envolvimento do núcleo arqueológico da universidade e a Câmara de Braga.
Ruína do Século I
A Ínsula das Carvalheiras é o remanescente de um bairro residencial da antiga “Bracara Augusta”. Acredita-se que tenha sido erguida no século I, tendo sofrido transformações no século III, e sendo habitado até finais do século V.
Esta casa é considerada o exemplar mais fidedigno, da arquitetura urbana e privada da cidade romana de “Bracara Augusta”. A casa foi construída na época Flávia entre 69 e 96, do século primeiro, depois de cristo.
Na primeira metade do século II o quadrante noroeste da casa foi remodelado para a instalação de um balneário, com uma área de 190 metros quadrados.
A ruína encontra-se classificada como imóvel de Interesse Público desde 1990.