De acordo com o Boletim do Mercado dos Combustíveis e GPL, hoje divulgado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), os preços dos combustíveis em Portugal sofreram uma redução, em março, sobretudo devido às medidas de confinamento obrigatório decretadas pelo estado de emergência, bem como ao impacto da pandemia de covid-19 na economia global.
Braga e Aveiro foram os distritos que, segundo o relatório, registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos.
Em março, o preço médio no distrito de Braga foi inferior à média nacional em 0,8%, com o preço médio 1,439 €/l para gasolina simples 95 e em 1,2%, com o preço médio de 1,303 €/l para gasóleo simples.
No distrito de Viana do Castelo o preço da gasolina simples foi 95 foi mais caro 0,7% em relação à média nacional com o preço médio de 1,462 €/l e 0,3% com preço médio de 1,322 %/l para gasóleo simples.
Por outro lado, Beja e Bragança são os distrios onde os combustíveis foram mais caros.
Vila Real e Portalegre continuam a registar, para Portugal Continental, a garrafa de GPL (butano e propano) com o menor custo, enquanto que Faro apresenta o mais elevado.
O consumo de combustível diminuiu, em termos globais, no primeiro trimestre de 2020, com a gasolina, gasóleo e ‘jet’ a sofrerem maior queda em março, face ao período homólogo anterior, em 17,4 quilotoneladas (kton), 49,2 kton e 37,9 kton, respetivamente.
Em março, registaram-se quedas em todos os combustíveis do cabaz de derivados do petróleo, exceto no GPL, com o consumo mensal de gasolina, gasóleo e ‘jet fuel’ (usado em aeronaves) a diminuir, face ao período homólogo anterior, em 17,4 kton, 49,2 kton e 37,9 kton, respetivamente.
Por outro lado, o GPL registou um aumento de introduções a consumo de 5,5 kton.
Segundo o documento, o gasóleo continua a ser o combustível mais consumido no mercado nacional, representando quase 65% do ‘mix’ de combustíveis derivados do petróleo, seguido pelo ‘jet’ (14%), gasolina (12%) e, por último, o GPL (9%).
A ERSE aponta várias razões que explicam esta queda.
Em primeiro lugar, o preço do BFO (petróleo bruto originário dos campos no Mar do Norte e usado como referência nos preços do petróleo nos mercados internacionais) desceu ao longo de março, devido à desaceleração da economia mundial e à guerra dos preços, provocada pela rejeição da Rússia aos cortes na produção acordados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Depois, as cotações dos derivados do petróleo nos mercados internacionais acompanharam esta tendência do BFO e do WTI (West Texas Intermediate, tipo de petróleo bruto dos Estados Unidos).
Mais, o butano e o propano acentuaram uma trajetória de queda nas cotações, em linha com a descida do preço das naftas (derivado de petróleo utilizado principalmente como matéria-prima da indústria petroquímica) no mercado internacional, atingindo mínimos de 20 anos.