Braga subscreve carta no âmbito do Dia Internacional da Pessoas Refugiada

Braga subscreve carta no âmbito do dia internacional da pessoas refugiada

Braga foi uma das cinco cidades portuguesas a assinar uma carta conjunta em que defendem uma visão de sociedades mais inclusivas, nomeadamente para com as pessoas refugiadas.

A assinatura das 34 cidades de todo o mundo decorre no âmbito do Dia Internacional da Pessoa Refugiada, esta quarta-feira, 20 de junho.

Lisboa, Loures, Oeiras e Santa Maria da Feira são os outros concelhos portugueses que subscreveram a carta

Leia a carta:

Refugiado hoje – cidadão amanhã?

“Há uma voz que raramente é ouvida no debate político profundamente divisivo sobre as pessoas refugiadas – a voz das cidades. Ouvir as cidades pode não só tornar o debate mais construtivo, mas também ajudar a moldar políticas que conciliem a coesão social e a solidariedade.

A maioria das pessoas que requerem asilo e refúgio vive nas nossas cidades: nos bairros, parques, empresas, hospitais e escolas. Não são uma questão política abstrata – são seres humanos com necessidades, responsabilidades e aspirações.

Quem lidera os municípios preocupa-se com quem ali vive, com o bem-estar de quem acaba de chegar e com a prosperidade e qualidade de vida de toda a comunidade. Portanto, é imperativo que encontremos forma de as garantir. Não podemos dar-nos ao luxo de perder tempo em lutas políticas de curto-termo, negligenciando a perspetiva a longo termo. Urge pavimentar o caminho para que as pessoas refugiadas de hoje se tornem cidadãos e cidadãs de amanhã.

Se não puderem trabalhar, estudar, criar empresas e até mesmo voluntariar-se devido a obstáculos legais ou administrativos, ou porque não têm oportunidades acessíveis para aprender a nossa língua, teremos que encontrar novas formas de evitar continuar a desperdiçar talentos e vidas. Podemos atingir este objetivo, se convencermos as restantes cidadãs e cidadãos de que os migrantes são uma oportunidade de construir cidades mais inclusivas, abertas, criativas e dinâmicas, beneficiando todos e todas.

Nós clamamos por uma visão política nas nossas sociedades que leve a inclusão a sério, já que as nossas atitudes de acolhimento são determinantes para que a migração dê frutos positivos para a sociedade.
A inclusão, para ser bem-sucedida, só pode funcionar se houver respeito mútuo e uma identidade comunitária plural e compartilhada. Só podemos ajudar as pessoas recém-chegadas a abraçar os valores da igualdade, dos direitos humanos e da democracia, que são os pilares das nossas sociedades, se conseguirmos demonstrar que vivemos por esses valores.

Precisamos de dar o exemplo, construindo democracias implacavelmente abertas, justas e inclusivas.

Para cumprir a nossa missão, trabalhamos em conjunto com outras cidades em redes como a rede de cidades interculturais apoiada pelo Conselho da Europa. Desenhamos juntos abordagens inovadoras para tornar as escolas, os bairros e as instituições comunitárias mais diversas, prevenir a discriminação, lutar contra o extremismo e o ódio violentos e fomentar a confiança através da interação entre todos os membros da comunidade. Encetamos esforços de forma a criar condições para que todos e todas tenham voz nos assuntos locais e realizem as suas aspirações em torno de uma visão comum, sejam eles oficialmente reconhecidos como cidadãos e cidadãs ou não.

Para nós, todas as pessoas que se sentem parte da cidade são cidadãos e cidadãs.

A experiência e o conhecimento que as cidades têm em relação ao que funciona para a inclusão podem ajudar a tornar as políticas nacionais mais eficazes. É hora de ouvir a voz das cidades”.

 
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