Ia de carro. Parou junto a uma rapariga de 17 anos e perguntou-lhe que caminho seguir para chegar o centro de Braga. A jovem debruçou-se sobre a janela e o automobilista estava com o pénis ereto na mão. Vai, agora, ser julgado pelo crime de importunação sexual.
O caso deu-se em abril de 2022. A jovem subia a pé, pelas 14:40, a rua de Santa Margarida, perto da Escola Sá Secundária de Miranda, quando um carro, um Audi, guiado por M.S., de 27 anos, de Creixomil, Guimarães, parou junto a ela. O condutor questionou-a sobre o modo de chegar ao centro da cidade, pergunta a que ela acedeu dando as respetivas indicações.
A jovem – diz a acusação – prosseguiu rumo ao Largo de Ínfias e, ao chegar junto da entrada do restaurante “Migaitas Salão Champanhe”, o condutor voltou a imobilizar o veículo junto dela, e perguntou-lhe uma vez mais onde era o centro da cidade. A jovem não estranhou e voltou a fornecer-lhe as indicações, que ele parecia entender, após o que este lhe disse “achas que isto era a sério?”, ao mesmo tempo que abanava com a cabeça em direção à cintura, exibindo o seu pénis ereto”.
Face à reação indignada da jovem, o homem arrancou, mas ela teve o sangue frio de tirar a matrícula do carro e chamar a PSP, que identificou o condutor e indicou que tinha antecedentes por práticas semelhantes de exibixionismo.
O Ministério Publico de Braga concluiu que o arguido “agiu livre, voluntária e conscientemente, no propósito concretizado de exibir o seu órgão genital e com isso molestá-la, sabendo que o fazia contra a vontade dela, que reagiria com desagrado e desconforto a tal atitude, como sucedeu”.
Contactada a propósito, a advogada Mariana Agostinho – do escritório de João Magalhães – adiantou a O MINHO que a vítima vai pedir uma indemnização por danos morais.