O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável para a cidade de Braga, que é votado esta quarta-feira, em reunião do Executivo municipal, prevê a ampliação da zona pedonal no centro histórico, alargando-a a mais três quarteirões.
O documento enumera os quarteirões: o que é delimitado pelo Largo de São Paulo Orósio, Rua Dom Frei Caetano Brandão, Rua Dom Afonso Henriques, Rua do Anjo, o Largo de Santiago e a Rua do Alcaide; o quarteirão delimitado pela Rua da Misericórdia, a Praça do Município, a Rua de Santo António, a Praça Conde de Agrolongo e a Rua Dom Frei Caetano Brandão; e um terceiro delimitado pela Rua dos Biscainhos, a Rua Dom Frei Caetano Brandão, a Rua de Santiago, a Rua do Matadouro, o Campo das Carvalheiras e a Avenida São Miguel O Anjo.
O Plano defende, ainda, que “a circulação nos eixos a pedonalizar entre estes quarteirões deve ser permitida ao modo ciclável, sem condicionar o modo pedonal, de forma a promover a sua competitividade em relação ao transporte individual motorizado, definindo espaços indicados por forma a não criar qualquer tipo de conflitualidade entre peão e bicicleta”.
Da mesma forma, torna-se necessário intervir na área já definida para mitigar as problemáticas existentes nos percursos pedonais – estado do chão, estacionamento abusivo ou a circulação do comboio turístico -, mas também importa revisitar o regulamento da Zona de Acesso Condicionado a Automóveis para melhorar a compatibilização do seu normativo com os objetivos atuais para a área.
“Carbono Zero”
Visando atingir uma cidade e um município tendencialmente “Carbono Zero”, o estudo considera ser fundamental “privilegiar o modo pedonal, de forma a promover a sociabilidade, a economia local e tradicional, promovendo assim a cidade e a sua vivência, constituindo, este, o modo de transporte primordial para todos os cidadãos”.
Em segundo lugar, – acrescenta – “é fundamental relevar o modo ciclável, na medida em que este é um modo de deslocação sustentável favorável à realização de deslocações com distâncias mais longas do que no modo pedonal, sobretudo pela velocidade que atinge”.
A terceira prioridade das políticas de mobilidade – lê-se, ainda, no documento – prende-se com a melhoria do transporte público por via da beneficiação da sua abrangência territorial, temporal, da comodidade para o utilizador bem como na prestação de mais e melhor informação ao público, não descurando a sua eficiência energética na opção por veículos com emissões reduzidas de poluentes”.
E acrescenta: “Igualmente fundamental é a promoção da integração entre os vários modos de transporte – a intermodalidade – ou seja, a complementaridade entre diversos modos através de cadeias de deslocação, segundo as quais o cidadão utiliza o modo que, considerando as suas especificidades, mais se adequa a cada trajeto”.
Nesse sentido, o Plano – feito pelo pelouro da Mobilidade da vereadora Olga Pereira – defende, ainda, que, “importa reduzir a necessidade do uso do veículo motorizado individual e racionalizar o seu uso, através da criação de condições de deslocação em modos sustentáveis.
Carro tem sido prioridade
Na Introdução ao Plano anota-se, também, que é observável no espaço público de Braga a priorização dada ao automóvel nas últimas décadas, quer em curtos ou longos percursos, e, também, as suas consequentes problemáticas, como os elevados níveis de poluição do ar, de ruído causado pelo trânsito, de sinistralidade rodoviária ou de taxa de motorização. Desta forma, a estratégia definida para uma cidade mais sustentável, equitativa e saudável, passa pela articulação entre a mobilidade e o espaço público, através da promoção da acessibilidade pedonal em todo o ambiente urbano, da aptidão dos percursos ou áreas para a deslocação ciclável, da utilização de diversos modos de transporte em movimentos cada vez mais longos e complexos e, também, da aptidão da cidade de proporcionar boas condições para se tornar mais confortável e mais verde, não só para quem vive, como para quem trabalha ou visita Braga”.