A Câmara de Braga vai debater e votar, na quarta-feira, em reunião do executivo, duas propostas de classificação, como Monumento de Interesse Municipal, da fonte ou chafariz do Largo de Santiago, e da fonte ou chafariz dos Castelos, sita no Largo do Paço.
No primeiro caso, trata-se de uma fonte barroca em forma de obelisco e foi edificada em 1745, por iniciativa do arcebispo D. José de Bragança, para substituir uma fonte antiga, mandada colocar pela Câmara de Braga no Largo de Santiago.
“É do interesse do Município proceder à classificação desta fonte, pois trata-se de um monumento de elevado valor cultural, artístico, turístico, histórico e patrimonial, que caracteriza o Município, tendo como pano de fundo o Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo/Museu Pio XII e a Torre de Santiago/Capela de Nossa Senhora da Torre”, diz a proposta, elaborada pela Divisão do Centro Histórico, Património e Arqueologia.
Caso a presente venha a ser aprovada pelo Executivo Municipal, será feita a comunicação à DRCN-Direção Regional de Cultura do Norte para se pronunciar nos termos legais.
A presente informação – diz ainda aquele departamento autárquico – e a decisão que vier a ser proferida deverão ser também tornadas publicas, através de edital e publicado no site do Município. A fonte barroca está delimitada a norte pelo Seminário Conciliar de São Pedro e São Paulo, a oeste pela Capela de Nossa Senhora da Torre e a Sudeste pelo Palácio dos Falcões.
O chafariz foi construído, em 1745, por determinação do arcebispo D. José de Bragança, para substituir uma fonte, construída em 1623, pela Câmara de Braga, e instalada no mesmo local da fonte antiga, no início da rua dos Pelames, de frente para a Porta de Jacob, sendo-lhe atribuído o nome de Chafariz de Santiago. Mais tarde, em data incerta, o chafariz foi removido do primitivo local e recolocado no centro do Largo de Santiago, no lugar onde se encontra atualmente.
Ostenta uma base quadrangular, formando lanços de dois degraus de pedra, onde assenta um tanque quadrado, com rebordos. Ao centro, ergue-se uma coluna com base quadrangular, no qual se destacam, quatro taças gomadas, ladeadas nas arestas por quatro carrancas com bicas, brotando água pela boca. Encimadas, em cada uma das faces, por outras quatro carrancas, que também jorram água pela boca.
A seguir principia o obelisco que vai afunilando até chegar ao topo, rematado por uma esfera, que sustenta uma cruz patriarcal dupla, com remates em botão.
Fonte dos Castelos, no Largo do Paço
Por sua vez, a fonte ou chafariz dos Castelos apresenta forma de castelo e foi mandada construir em 1723, por iniciativa do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, para substituir a fonte, mandada colocar por D. Diogo de Sousa no centro da praça do Largo do Paço.
Tem como pano de fundo o edifício renascentista do antigo Paço Arquiepiscopal, edifício que atualmente integra a Biblioteca Pública de Braga, Serviços e Reitoria da Universidade do Minho, que já se encontra classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1967, classificação que não abrange a fonte dos Castelos.
O Largo do Paço foi aberto, provavelmente em meados do seculo XVI, com a construção do Paço Arquiepiscopal, voltado para a rua do Souto, que na época era a rua principal da cidade, localizado próximo da imponente Sé de Braga. Este largo está delimitado pelas três alas do antigo Paço dos Arcebispos, mandados construir entre os séculos XVI e XVIII. A ornamentar a praça encontra-se o monumental chafariz em forma de castelo, conhecido por Fonte dos Castelos, implantado ao centro da praça.
Antigo Paço dos Arcebispos
O Largo do Paço é uma pequena e harmoniosa praça, adjacente à rua do Souto, que se encontra delimitada pelo corpo renascentista do antigo Paço dos Arcebispos, daí a sua designação. Este edifício está organizado em três fachadas dispostas em ‘U’, voltadas a nascente, a poente e a Norte, designadas como ala de D. Manuel de Sousa, ala de Frei Agostinho de Jesus e ala de D. Rodrigo de Moura Teles, respetivamente.
Inicialmente a praça encontrava-se ajardinada, com canteiros e árvores, manteve-se assim durante séculos. No entanto, nos inícios do século XX, a praça foi vedada com um muro e gradeamento, provenientes do Jardim Público, que existia na Avenida Central, desmantelado, em 1913, que a fechava e sendo ali colocados os marcos miliários romanos, que faziam parte da coleção do Museu D. Diogo de Sousa, criado em 1918 e instalado, nesta altura, no Paço dos Arcebispos.
Em 1946, foi apresentado um projeto de arranjo paisagístico do Largo do Paço que incluía a supressão do muro gradeado e também do jardim. Esse arranjo, só seria efetuado, em 1956 e transformaria o Largo numa Praça lajeada e aberta, traçada com uma planta quadrangular e ornamentada com a monumental Fonte dos Castelos, ao centro.
Fonte tem 12 lados
A fonte apresenta uma base poligonal de doze lados, formando três degraus, onde assenta um tanque polilobado, elevando-se uma coluna com um grupo escultórico, representando oito anjos, que sustentam uma taça em forma de castelo, ladeada por seis pequenas torres ligadas por uma muralha e uma grande torre, ao centro, que serve de base a uma estátua feminina que é o símbolo da cidade.