A cidade de Braga também se vai associar aos protestos “Vidas Negras Importam” e “Resgatar o futuro – não lucro”, estando marcada uma manifestação para sábado, a partir das 17:00, na Avenida Central.
A manifestação é convocada por um grupo de ativistas de Braga que articulou a ação com as autoridades de saúde e camarárias para garantir o “estreito cumprimento das normas da Direção-Geral da Saúde”.
Marta Dias, uma das ativistas, explicou a O MINHO que haverá setores separados para garantir o distanciamento social e que todos os participantes terão que usar máscara.
Estão previstos cerca de 100 manifestantes.
No comunicado enviado às redações, é adiantado que a manifestação “Vidas Negras Importam” (traduzido do inglês Black Lives Matter) tem como objetivo “mostrar solidariedade com os muitos protestos que estão a ocorrer nos Estados Unidos da América, e também um pouco por todo o mundo, na sequência do falecimento do cidadão negro George Floyd, vítima de asfixia por um agente da polícia no dia 25 de maio, em Minneapolis”.
O grupo de ativistas salienta que “também em Portugal são muitos os casos de violência policial contra corpos negros”.
“O mito de que Portugal não é um país racista perpetua esta violentação dos corpos negros, o apagamento do passado colonial e as narrativas luso tropicalistas sustentam estes abusos”, refere o manifesto.
Noutro plano, “Resgatar o futuro, não o lucro” pretende alertar para que “a crise causada pela pandemia da covid-19 veio deixar bem claro que não estamos todos no mesmo barco quanto às consequências inerentes a esta crise”, nota o comunicado.
“Se o normal é o salário dos gestores do Novo Banco (2 milhões) ser maior que o apoio que o Ministério da Cultura dedicou para as mais de 100 mil pessoas que tentam sobreviver no setor da cultura, então não queremos voltar ao normal”, realça o grupo, lembrando “as 300 mil pessoas obrigadas a trabalhar a recibos verdes, que viram o seu trabalho cancelado a receberem metade do valor do limiar da pobreza”.
“Saímos à rua em defesa do nosso futuro coletivo, dos nossos direitos e da nossa dignidade, para resgatar o futuro, e não o lucro”, conclui o manifesto.