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Braga

Pedida condenação para suspeitos de sequestro em Braga

Defesa diz que versão da vítima é “efabulação” e lembra que a PJ teve de “chamar à terra” naquele dia

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O Ministério Público pediu, ontem, no Tribunal de Braga, ao coletivo de juízes que julgou dois homens por roubo, sequestro e posse ilegal de arma, que lhes aplique as penas de prisão de cinco e de quatro anos. A magistrada, que não indicou se entende que as penas devem ou não ser suspensas, deu os crimes como provados, considerando suficiente a prova documental e testemunhal produzida em julgamento.

Já os advogados de defesa, Pedro Miguel Carvalho e Francisco Peixoto solicitaram a sua absolvição dizendo que a acusação e o depoimento contraditório da vítima mostraram que nada ficou provado e que a acusação “é uma efabulação”. Lembraram, ainda, que um agente da PJ/Braga disse, enquanto testemunha, que a vítima, quando prestou declarações no inquérito “teve de ser chamada à terra, tais eram as contradições em que caia”.

Através dos advogados os dois arguidos, Jaime M. e Rodrigo S., demonstrar que a vítima terá inventado a estória do sequestro, para “esconder que era consumidor habitual de drogas”.

Foi fumar ‘charro’

A acusação diz que a vítima foi comprar droga para fumar um ‘charro’ ao Bairro Social de Santa Tecla e acabou roubado e sequestrado pelos dois arguidos.

O caso ocorreu em janeiro de 2020. O consumidor, de nome José M., pediu a um amigo que lhe indicasse um sítio para adquirir haxixe. Foi ao rés-do-chão do Bloco 3 do Bairro e entrou. Feita a transação, ao prontificar-se para pagar, exibiu um maço de notas, 700 euros ao todo. Aí, diz o Ministério Público, o Jaime pegou numa caçadeira com dois canos e apontou-lha, dizendo “estou a ficar tolo!”. Ao que o ameaçado respondeu: “Tira isso, irmão!”, pedido que não surtiu efeito, já que os dois lhe exigiram a entrega do dinheiro, ao que acedeu por temer pela vida.

De seguida, tiraram-lhe a carteira e um cartão multibanco, obrigando-o a revelar o «pin» de acesso. O Rodrigo foi, então, a uma caixa bancária, numa gasolineira da zona, levantou 100 euros e ainda tentou retirar mais 20, mas a conta não teve saldo. Entrou, depois, na loja de conveniência e fez compras de 7, 35 euros.

O José M. ficou sequestrado no apartamento, sob ameaça de um martelo e de uma faca. A dupla ainda tentou sacar-lhe um outro cartão multibanco, mas este também não tinha saldo. Mais de 24 horas depois, pelas 4h00 da madrugada do dia seguinte, a vítima conseguiu fugir, por ter concluído que os dois estavam distraídos noutra sala.

Seguiu-se uma rusga da PSP que, além da caçadeira, apreendeu uma pistola modificada.

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