O executivo municipal de Braga debate e vota, na quinta-feira, uma proposta de criação da terceira unidade de execução do Plano de Urbanização do Parque Ecomonumental das Sete Fontes com uma área de 23.773 metros quadrados (m2), dos quais 5.668, serão solo urbano com aptidão edificatória.
O vereador do Urbanismo, João Rodrigues adiantou a O MINHO que a Unidade de Execução n.º 3 – cuja criação se tornou possível por via de um acordo com a chamada família Sampaio, proprietária de 1,8 hectares – após desistência de uma ação judicial – integra, ainda, solo rústico com relevância para a valorização do solo urbano (17.608 m2) e 497 m2 destinados a abrir uma via que margina o Parque das Sete Fontes a norte e que, para salvaguarda hidráulica do Monumento, obedece a condições técnicas específicas.
Projeto estratégico
“Como já foi assumido anteriormente, o processo do Parque das Sete Fontes é um projeto absolutamente estratégico para Braga e totalmente irreversível. Ao longo dos últimos anos, fomos cumprindo diversas etapas necessárias para concretizar o Parque e este processo, complexo, de delimitação das Unidades de Execução é absolutamente essencial para a concretização do Parque”, explicou o autarca.
E, prosseguindo, afirmou: “Sabemos que há muitos obstáculos a ultrapassar e – estamos convictos disso – temos conseguido ultrapassar os que nos têm surgido. Tem havido um trabalho contínuo de articulação entre o Município e os proprietários neste processo, que se sabia, desde o início, ser moroso e complexo”.
E a concluir, sublinhou: “Das ações judiciais que foram caindo, à obtenção de outro tipo de consensos, parece-me que a delimitação desta Unidade de Execução é mais um momento de conquista e de sucesso em todo este processo”.
Recorde-se que, o Parque ambiental baseia-se nas Sete Fontes, a estrutura setecentista de abastecimento de água à cidade e é complementado por uma grande área florestal e de lazer.
Promessa de Ricardo Rio
A criação do Parque foi uma promessa do presidente da Câmara Ricardo Rio nas eleições municipais de 2013, quando conquistou a autarquia. Mas na oposição, PS e CDU têm criticado o que dizem ser um lento avanço do projeto.
O Plano de Urbanização prevê que os proprietários, que tinham direito de construção no PDM anterior, possam agregar terrenos para construírem nas margens da estrutura em modo de perequação ou seja de cooperação, cedendo terrenos, quer para os futuros residentes quer para os visitantes.
O Município aguarda, ainda, uma resposta do Ministério da Saúde ao pedido de doação temporária de nove hectares de terreno, junto ao Hospital da cidade.
Até agora, são já mais de 105 mil m2 os terrenos com projeto urbanístico na zona.
Quando concluído, as Sete Fontes terão 30 hectares de parque verde público, outros tantos de área florestal privada e 30 outros de área urbana com criação de praças, pequenas edificações de apoio, miradouros, percursos pedestres e cicláveis.