O movimento “Braga para Todos” lançou esta quinta-feira um apelo ao executivo da Câmara Municipal de Braga para que deixem de ser utilizados copos de plásticos nas principais festas da cidade.
“O movimento alerta que a câmara apenas dispõe de contentores para lixo orgânico nestes eventos e mais de 80% do lixo destas festas são resíduos recicláveis. O movimento quer, à semelhança de outros festivais do país e da Queima do Porto, que existam alternativas, como os copos reutilizáveis, que no final podem ser devolvidos apresentando uma compensação para o seu titular”, pode ler-se, em comunicado enviado às redações.
O “Braga para Todos” refere que os copos de plástico demoram mais de 400 anos a degradarem-se no meio ambiente e são os mais comuns nas festas da cidade, “como a Noite Branca, São João e Braga Romana”.
Segundo Elda Fernandes, presidente daquele movimento, “os dados relativos a estas festas mostram a adesão de milhares de bracarenses e turistas que percorrem as ruas centrais da cidade e acabam por consumir nos vários pontos de venda, mas é um desastre o estado da cidade após cada noite”.
“Braga pela manhã, antes da AGERE proceder à remoção do lixo, está cheia de copos e outros materiais plásticos, como as garrafas. Estes materiais são colocados no lixo orgânico e, se avaliarmos as noites de festas que Braga tem por ano, pelas pessoas que as mesmas atraem, e se cada pessoa consumir em média 3 bebidas por noite, o número de lixo é gigante, ou seja, deixámos uma pegada que é totalmente possível de eliminar com bom-senso por parte dos cidadãos e cidadãs, mas acima de tudo por um trabalho que Ricardo Rio não faz, que seria apenas alertar as marcas e o comércio local para terem esta opção que cada vez mais acontece em vários eventos”, defende.
O movimento entende que o “ marketing verde” pode ir contra o merchandising das grandes marcas, que suportam em parte estas concessões amovíveis, mas acredita que os consumidores decidem, em última instância, o que querem e como querem consumir e defende que “o mercado são as pessoas”, sendo que, em seu entender, estes copos podem ser personalizados e até mesmo tornarem-se numa recordação.
“Os copos teriam que ser entregues na primeira bebida ou então num espaço, um posto de informação, por exemplo, e associados a um determinado valor. Depois, a pessoa ao consumir apresentaria o copo e, no final, ou ficava com ele ou devolvia-o, sendo devolvido o valor ou parte dele”, sugere Elda Fernandes.
O movimento termina com a indicação que enviará uma nota ao atual edil e está disponível para colaborar num projeto que diz ser “viável e de fácil execução”.
“O importante é começar e educar a sociedade, porque podemos divertir-nos sem destruir o planeta, não precisamos de palhinhas, nem de um copo por cada bebida”, conclui a presidente do “Braga para Todos”.