Os proprietários do Palácio da Dona Chica, em Palmeira, Braga, estão a preparar um projeto para a conversão do edifício ao turismo, com várias valências, entre as quais a de hotel de charme.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio esteve hoje de visita ao ‘castelo’, acompanhado pelos investidores – três irmãos oriundos de Barcelos mas a viver nos Estados Unidos e um empresário norte americano.
“Constatei que os donos estão já a fazer pequenas obras que visam impedir a degradação do prédio, enquanto não concluem o projeto arquitetónico”, disse.
O autarca diz que não conhece, em detalhe, os propósitos dos investidores, mas saúda a iniciativa, dado o valor patrimonial do edifício e a importância do setor do turismo para o concelho.
Ao que O MINHO soube, para que a requalificação avance será necessário que a Divisão de Urbanismo e as entidades regionais da cultura o apreciem e aprovem.
O MINHO sabe que a recuperação e reabertura do ‘casarão’ será um aspecto positivo para a freguesia, desde logo porque está apalavrada a contratação de pessoas de Palmeira para lá trabalharem. A freguesia considera o local como “um ícone”, e só o facto de o poderem visitar já será positivo.
O MINHO também sabe que “nada será para destruir”. E outra das coisas que está a provocar a demora “é um estudo do traço original do arquiteto Ernesto Korrodi”, para que volte a ser como na origem.
Muitos já o conhecem mas nem todos sabem a sua história. O palácio foi considerado pelo portal Civitatis como um dos dez locais abandonados mais impressionantes em todo o mundo, embora não esteja abandonado, pois foi recentemente alvo de várias obras de manutenção, não só no interior, mas também no espaço envolvente.
Classificado como monumento de Interesse Nacional, o palácio foi mandado construir em 1915 por um nobre residente em Braga, para oferecer à sua noiva, Dona Francisca, uma prima que vivia no Brasil. O projeto é do conhecido arquiteto suíço Ernesto Korrodi, que construiu vários edifícios em Portugal no início do século passado.
Acabaram por casar mas nunca chegaram a habitar o palacete uma vez que o casamento findou passado poucos anos, antes que o monumento ficasse concluído e habitável. De lá para cá, foram inúmeras as peripécias burocráticas de compra e venda.
Pertenceu durante vários anos à Junta de Freguesia de Palmeira mas acabou por ser vendido a privados durante o período de Mesquita Machado à frente dos destinos da autarquia, situação que valeu uma zanga perene entre os dois antigos presidentes, que até eram da mesma cor política.
Com Fernando André Silva.