A Câmara de Braga vai tentar solucionar o problema de 30 pais que têm filhos com necessidades especiais e que, nas pausas letivas e férias, não têm onde as colocar por não haver atividades apropriadas.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, reuniu-se, esta manhã, com um grupo de progenitores, no final da reunião do executivo, tendo-lhes dito que “compreende a trágica situação que vivem”, e explicando que a solução tem de passar por um acordo entre o Município e uma associação de solidariedade com as valências necessárias. “Soubemos que a Associação Sinergia se disponibilizou para o efeito, pelo que vamos marcar uma reunião para arranjar uma solução”, disse.
A reunião com os progenitores deu-se no final da reunião, já que os pais não puderam entrar na sala, pois nenhum deles se tinha inscrito para o efeito. O Regulamento em vigor – que hoje foi revogado nessa parte -, e que foi criado durante a pandemia, determina que o público pode assistir e intervir, desde que se inscreva até cinco dias antes.
CDU levantou problema
O assunto foi levado à reunião de Câmara pela vereadora da CDU, Bárbara Barros, por meio de uma recomendação – aprovada por uanimidade – para que o Município “ crie uma resposta supletiva que garanta o acesso às crianças e jovens do concelho a um programa inclusivo de ocupação das férias grandes e pausas letivas”.
Tal deve ser feito – defende – “com reforço de recursos humanos capazes de acompanhar as crianças e jovens com deficiência ou necessidades específicas de apoio à inclusão”.
Pede, ainda, ao Município que “desenhe programas inclusivos com atividades diversificadas, transporte e refeições para as crianças e jovens participantes, independentemente das suas características individuais, da sua responsabilidade ou em parceria com agrupamentos de escola e/ou outras entidades”.
Quer, também, que a Câmara apoie “total ou parcialmente, de acordo com os rendimentos das famílias, os custos destas atividades”.
Mãe espera solução a curto prazo
Na ocasião, Sónia Martins, mãe de um jovem com necessidades especiais, disse aos jornalistas que o presidente da Câmara disse que iria assumir os custos da implementação de um projeto, pela Sinergia, com a contratação de técnicos especializados.
Manifestou esperança de que o problema seja resolvido no próximo ano letivo, no que toca aos períodos de férias, quer no dia a dia, posto que – vincou – há escolas que fecham às 13:30, sobretudo as da periferia da cidade como as de Gualtar e de Tadim, o que obriga os pais a ir buscar as crianças àquela hora.
“Esta situação dificulta-nos a vida laboral”, disse, assinalando que os pais gostariam que as escolas tivessem uma resposta do tipo ATL para estas crianças e jovens.
Disse, ainda, que, no próximo ano letivo, o programa a implementar deve abranger todo o tipo de alunos e não só os com necessidades especiais – juntando-os, “sob pena de não se estar a promover uma verdadeira inclusão”.