Braga: Pais de alunos vão fazer vigília em frente ao Colégio D. Diogo de Sousa

Pedida reunião com arcebispo de Braga ainda antes de mudar de direção 
Foto: Colégio D. Diogo de Sousa

Os pais de alunos do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, vão realizar uma vigília já no próximo sábado à tarde, à porta do estabelecimento de ensino católico, a fim de alertarem para o facto de terem sido apanhados de surpresa perante mudanças que estão previstas iniciar-se já daqui a duas semanas, mas que não as conhecem ainda, a não ser a mudança de direção do colégio.

Segundo apurou O MINHO, os pais e encarregados de educação do Colégio D. Diogo de Sousa pediram uma reunião com o arcebispo de Braga, José Cordeiro, que tutela o estabelecimento de ensino, ainda antes de mudar a direção da maior escola secundária católica do país, para esclarecer os seus principais contornos, “devido à incerteza sobre o futuro dos nossos filhos”.

É ainda intenção dos pais serem já ouvidos, antes de implementada qualquer alteração sobre o funcionamento do colégio, quer do seu modelo de gestão, quer principalmente dos seus conteúdos programáticos, porque temem uma eventual mudança de orientação que possa colocar em causa as suas expectativas e as dos seus filhos, a ocorrer precisamente ao meio do ano letivo.

No mesmo dia, na terça-feira, em que lançaram uma petição pública, contra as alterações do projeto educativo, iniciativa que ao final da tarde desta quarta-feira já tinha mais de 750 assinaturas, os pais dos alunos solicitaram ainda a reunião ao arcebispo, José Cordeiro, com caráter de urgência, pois a atual direção só estará em funções, até ao próximo dia 05 de janeiro de 2025.

A reunião é pedida “na esperança” de poderem “analisar, em conjunto, as recentes mudanças comunicadas na estrutura orgânica do Colégio D. Diogo de Sousa, que causaram grande surpresa, incerteza e apreensão”, referindo-se à saída da equipa diretiva, ao diretor pedagógico, padre Cândido de Figueiredo de Sá, e ao seu responsável administrativo, António Araújo.

“Na qualidade de pais e educadores, sempre depositámos plena confiança nesta instituição, como um pilar fundamental na educação dos nossos filhos, por acreditarmos no seu projeto educativo e cultural, bem como na missão, nos princípios e nos valores que o Colégio tem promovido ao longo dos anos”, segundo os pais e encarregados de educação do colégio bracarense.

“O comunicado recebido anteontem [segunda-feira] em plena época natalícia e a subsequente comunicação da Direção do Colégio geraram em nós grande apreensão e incerteza quanto ao futuro dos nossos filhos”, segundo referem os encarregados de educação, que consideram frustradas as expectativas, se forem concretizadas as alterações às suas orientações pedagógicas.

“Por este motivo e tendo em vista a necessidade de compreender as razões que fundamentam uma mudança tão abrupta numa instituição de referência, que tem cumprido com excelência a sua missão ao longo dos últimos 75 anos, vimos por este meio solicitar uma reunião, com caráter de urgência, a ser realizada antes do próximo dia 5 de janeiro”, segundo explicaram os pais.

Os princípios do Papa Francisco

A Arquidiocese de Braga mantém a sua posição, que diz ser irredutível, de avançar com o novo modelo de gestão do Colégio D. Diogo de Sousa, prometendo a nova direção para muito breve, conforme o seu comunicado, sem adiantar mais pormenores, garantindo “assegurar a continuidade dos projetos e valores que nos caraterizam, mantendo o padrão de qualidade e dedicação”.

Nesse comunicado é citado o Papa Francisco, segundo o qual, “cada mudança precisa de uma caminhada que envolva a todos”, precisamente a propósito do Pacto Educativo Global, que poderá estar na génese das mudanças no Colégio D. Diogo de Sousa, em que a iniciativa papal preconiza colocar-se a pessoa no centro de cada processo educativo, ouvir as gerações mais novas, promover a mulher, responsabilizar a família, abrir-se à acolhida, renovar a economia e a política e cuidar-se da casa comum.

Os pais não sabem até que ponto terão impacto nos conteúdos programáticos do colégio os princípios daquela iniciativa papal, que são entre outros, “promover uma educação que priorize a solidariedade, o diálogo e a construção de um futuro sustentável”, receando a entrada de influências da cultura “Woke” e consequentemente dos princípios defendidos pelo Movimento LGBT.

 
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