Moradores da Rua Monsenhor Airosa, no Fujacal, em Braga, queixam-se de que as árvores da rua não são podadas há vários anos e que, por isso, impedem a entrada de luz solar nas casas, além de taparem a iluminação pública. Contactado por O MINHO, o vereador do Ambiente salienta que já não se fazem “podas radicais”, mas que a Câmara está disponível para avaliar caso a caso.
“Quer na frente dos prédios quer nas traseiras, a copa das árvores não permite a entrada de luz nas casas e no caso da frente dos prédios tapa a iluminação da rua”, afirma a O MINHO Nuno Costa, cuja família já reclamou da situação à Câmara, em 2019, quando terá sido feita a última poda, mas que continuou a impedir a entrada de luz solar na casa. No caso, um apartamento só com janelas para as traseiras, onde está a escola do Fujacal.
Em declarações a O MINHO, Altino Bessa explica que a Câmara está “a fazer intervenções de três a quatro anos” e já não se fazem “podas radicais”. “Hoje há regulamentos para isso. Vamos ter até um regulamento municipal que, neste momento, ainda não está concluído, porque estamos à espera do manual de boas práticas do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Hoje em dia o paradigma está a ser alterado, o abate de árvores só é feito em determinadas circunstâncias”, exemplifica o vereador, acrescentando que a autarquia vai avaliando “caso a caso”. Contudo, a fazer-se seria sempre “na altura das podas, em novembro / dezembro”.
Ressalvando não conhecer este caso em concreto, Altino Bessa afirma: “Temos pedidos de abates de árvores todos os dias, temos pedidos de podas todos os dias, e depois temos aqueles que não querem que as árvores vão abaixo, temos a lei que diz que não podemos deitar as árvores abaixo. Há muitos fatores e temos de ter uma política orientadora, temos que utilizar as boas práticas, e podar árvores de forma radical todos os anos não faz parte essas boas práticas”, realça o responsável.
Na semana passada, os postes de iluminação na rua Monsenhor Airosa foram mudados de sítio, segundo os moradores, por estarem no interior das copas das árvores. Situação que provocava uma fraca iluminação da rua, fomentando problemas de segurança, aponta Nuno Costa, lamentando que a Câmara ‘prefira’ mudar os postes de sítio a podar as árvores. “Embora se preveja que a rua fique um pouco melhor iluminada durante a noite, a melhoria não será significativa, pois a copa das árvores continuará a cortar cerca de 50% do raio de luz produzido por cada candeeiro”, alerta.
Quando contactado por O MINHO e admitindo não ter toda a informação sobre o caso concreto, mas julgando não ser “propriamente por causa disso”, Altino Bessa salienta que “não podemos deitar abaixo uma árvore porque está a tapar a luz de um poste”. “Isso não é argumento. Os argumentos são quando é uma obra de fundo ou uma questão de segurança que ponha em causa pessoas e bens”.
“Há muitas árvores que foram colocadas em determinado tipo de espaços que eventualmente não deviam ter sido. Foram espécies mal escolhidas. Mas foram mal escolhidas há 20 ou 30 anos e nós agora não podemos simplesmente deitá-las abaixo, até porque a lei não permite”, declara o vereador.
E conclui: “Temos preservado o nosso arvoredo, ao contrário daquilo que às vezes fazem crer. As árvores que temos deitado abaixo são-no sempre por razões fitossainárias, tirando um ou outro caso”.