Braga: Moradores de casa do século 19 revoltados com “gigantesca” paragem de autocarros à porta

No centro da cidade
Foto: DR

Os habitantes de uma casa do século 19, sita na Avenida Central, em Braga, estão “indignados” com a colocação, em curso, pelos TUB (Transportes Urbanos de Braga) de uma paragem “gigantesca” de autocarros, que quase lhes corta o acesso ao interior.

De acordo com Alexandra Lopes, que representa a família, a paragem afeta as duas portas e, também, a fachada do prédio: “Não se compreende isto. Se quisermos entrar em casa com um móvel ou um eletrodoméstico, não podemos”.

A cidadã foi já apresentar o seu protesto à Câmara Municipal e esteve, esta manhã, reunida com o administrador dos TUB, Teotónio dos Santos: “Fui recebida cordialmente, expus o problema e sugeri que havia outros locais na zona para porem a paragem. O gestor não me garantiu nada, mas disse que iriam estudar o problema”.

O MINHO tentou contactar o administrador, mas não o conseguiu, até ao momento.

Panos pretos nas varandas

Alexandra Lopes colocou já panos pretos nas varandas da casa e promete por, esta semana, cartazes com dizeres críticos, para alertar a população da cidade para o “atentado ao património e aos direitos dos residentes, que está em curso”.

Foto: DR

Diz, ainda, que há dezenas de pessoas dispostas a aderir a um eventual protesto, se a situação se mantiver, nomeadamente criando e promovendo um abaixo-assinado contra a implantação da estrutura dos TUB.

“Não temos nada contra o Município, mas esperamos que o nosso pedido seja atendido com a mudança de local”, sublinhou.

O edifício em causa, que foi adquirido, há cem anos, pela família Lopes é um dos poucos na zona que ainda continua habitado, já que a maioria das casas da Avenida foi vendida ou adaptada a fins não habitacionais, caso da hotelaria.

Em 2003, reclamação foi atendida

Os residentes recordam, a propósito, que em 2003, ao tempo da gestão camarária do socialista, Mesquita Machado, os TUB começaram a colocar uma paragem no mesmo sítio, mas a então dona da casa Maria Eulália Lima, já falecida, reclamou e a empresa municipal recuou, retirando a estrutura.

 
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