Custa mais 600 mil euros e não é necessária. Foi esta a argumentação do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, usada para explicar a rejeição, pela maioria PSD/CDS, da proposta socialista de aumento do valor que o Município transfere para as entidades que prestam o serviço de refeições aos alunos do 1.º ciclo no concelho. O autarca diz que o problema fica resolvido em janeiro.
O PS, pela voz da vereadora Liliana Pereira, propôs um aumento de 40 cêntimos para um euro, como modo de acabar com o subfinanciamento das entidades que fornecem o almoço, juntas de freguesia incluídas. A inicitiva surge na sequência da polémica gerada pelo facto de, em algumas escolas, estar a ser cobrada uma verba extra aos pais dos alunos, para pagar o custo do acompanhamento, por auxiliares, dos alunos, no período que medeia, entre o fim da refeição e o recomeço das aulas.
Em resposta, Rio explicou que foi feito um levantamento exaustivo da situação nas diversas escolas, e garantiu que o problema fica resolvido em janeiro próximo, isto é, que nenhuma família terá de pagar por esse serviço de acompanhamento.
Disse que, a responsabilidade do acompanhamento das crianças é do Município, mas sustentou que não se justifica investir mais 600 mil euros, até porque o problema só se verifica em algumas escolas: “se assim procedêssemos estávamos a transferir recursos para onde eles não são precisos”, justificou.
CDU absteve-se, PS lamentou
A este propósito, o vereador da CDU, Carlos Almeida, que se absteve, disse que entende o “espírito generoso” da proposta do PS, mas não comunga dela, por entender que o sistema de fornecimento de refeições escolares está errado, por dever ser assumido pelo Município.
Uma posição, também, contestada por Ricardo Rio, o qual esclareceu que, se fosse a Câmara a assumir as refeições, esse serviço teria de ser adjudicado a uma empresa privada, em detrimento das várias IPSS ou pequenas empresas que fazem as refeições no modelo atual.
Retomando a palavra, a vereadora do PS disse ser duvidoso que o problema esteja resolvido em janeiro e lamentou a rejeição da sua ideia.