Os julgamentos por tráfico de droga sucedem-se, há 30 anos, no Tribunal Judicial de Braga. A maioria envolve cidadãos de Braga, mas também, muitos, de Barcelos e de outras zonas da comarca. E têm como sede ‘loja’ de comércio o bairro social. Nos meios judiciais diz-se que, “como dá lucro, o negócio continua”.
Desta vez, duas mulheres, filha e mãe, moradoras no bairro camarário do Picoto, vão ser julgadas, em conjunto com um ‘ajudante’, por traficarem heroína e cocaína na casa com o número 14.
Muito movimento
Manite M, e a mãe, Maria J., com a ajuda de António F., estão acusadas de, a partir de novembro de 2022 venderem estupefacientes a toxicodependentes que as procuravam na casa.
A PSP de Braga, que investigou o caso, ‘topou’ que, em 29 de junho, atenderam, no espaço de meia hora, entre as 23:00 e as 23:30, um total de 15 consumidores, um dos quais foi intercetado pela Polícia.
Num outro dia, numa hora receberam outras 20 pessoas, – duas elas apanhadas à saída – num outro a seis e ainda a cinco. E assim sucessivamente.
A PSP acabou por ir à casa e apanhou-lhes droga e 300 euros a uma e 360 a outra.
No inquérito, as alegadas traficantes disseram que só há provas de seis pessoas. Os três estão proibidos de usar as casas 14 e 11 do bairro e de contactarem entre si.
Se forem condenadas, e se o acórdão judicial transitar em julgado, as duas mulheres podem ser despejadas pela empresa municipal BragaHabit, nos termos do Regulamento em vigor para os utentes das casas camarárias.