A BabyBlue, empresa de artigos para bebé, com uma loja em Braga, pediu insolvência em meados de fevereiro e deixou os clientes sem nada. Já foi criado no Facebook um grupo de lesados, que conta com cerca de 700 pessoas, para avançar com uma queixa conjunta na justiça.
Além da loja online e na Avenida Barros e Soares, em Braga, a BabyBlue tinha lojas físicas também em Lisboa, Porto e Coimbra. Todas fecharam. Os contactos de telefone não funcionam, o site e as redes sociais estão em baixo.
São centenas de pais que ficaram sem dinheiro e sem os seus artigos – sobretudo carrinhos de bebé – poucas semanas dos nascimentos dos filhos.
Segundo o Jornal Económico, a empresa não tinha em stock muitos dos produtos que vendia. Quando os clientes queriam fazer uma encomenda, tinham de deixar um sinal de 50% do valor total. O restante seria pago quando os produtos chegassem à loja.
Porém, nas queixas relatadas há mesmo clientes que pagaram os artigos em 100% e, agora, ficaram sem nada.
O pedido de insolvência da Babyblue – Comércio de Artigos Para Bebé e Criança, Unipessoal Lda deu entrada a 19 de fevereiro no juízo de comércio de Vila Franca de Xira.
A ação tem um valor de 300 mil euros. Tem como credores o Bankinter, a Caixa Económica Montepio Geral, a Caixa Geral de Depósitos, a Lisgarante – Sociedade de Garantia Mútua, Dorel Portugal e o BCP.
A Babyblue foi criada em 2011 e conta com um capital social de cinco mil euros, com sede em Santo António dos Cavaleiros.
O grupo “Lesajos lojas BabyBlue” foi entretanto criado com o objetivo de “juntar um máximo de clientes (e fornecedores) afetados pelas lojas Babyblue, e avançar com uma queixa conjunta, na esperança de se conseguir justiça”, explica um administrador.
Ali são muitos os relatos de clientes que ficaram a ‘arder’ em centenas de euros.
“Fomos levados pela loja física em Braga no valor de 325 euros na compra de uma cadeira auto da Britax. No dia 09 de janeiro, a minha mulher efetuou o pagamento diretamente na loja ao que lhe foi informado que a respetiva cadeira chegaria passadas duas semanas. Passadas essas 2 semanas, depois de várias tentativas de contacto, os telemóveis estavam desligados. Dirigimo-nos a loja no passado fim de semana e, qual o nosso espanto, tinha e ainda tem um papel afixado no vidro a dizer que a ‘loja estava encerrada por problemas técnicos e que reabriria dentro de semanas’ (isto é gozo, porque não vai abrir). Hoje fomos confrontados com esta situação. Viver assim não dá! Famílias a tentar dar o melhor aos filhos, a fazerem esforços financeiros para estes gajos nos roubarem a descarada sem um pingo de vergonha”, parilha um dos lesados.
Outra lesada conta que, também no dia 09 de janeiro, adquiriu uma cadeira de bebé no valor de 118 euros na loja fisica de Braga, tendo-lhe sido dito que “demorava cerca de duas semanas” a recebê-la.
“Como confiávamos na loja efetuámos o pagamento na totalidade. No dia 30 de janeiro, o meu companheiro ligou para a loja a questionar o estado da encomenda, e foi dito que o fornecedor estava com vários atrasos devido a falta de materiais , que podia demorar até dois meses. Ontem passámos na loja e encontra-se encerrada. Para além de ficarmos lesados sem a cadeira e sem o dinheiro, ainda passam uma má imagem dos fornecedores/marcas dizendo ser culpa dos mesmos”, critica a cliente lesada.
Como estes dois exemplos, são centenas os que se acumulam, não só em Braga, como em todo o país.
Também no Portal da Queixa já são várias as reclamações sobre a BebyBlue.