O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, denunciou em Braga, onde se reuniu com dezenas de responsáveis diretivos e operacionais das corporações de todo o distrito bracarense, “atrasos nos pagamentos” pelo Governo das despesas realizadas com o combate aos fogos florestais, durante o verão, considerando ainda que as associações de bombeiros deveriam poder aceder a fundos comunitários.
António Nunes, que falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, que decorreu no Salão Nobre da Associação Humanitária e Beneficente dos Bombeiros Voluntários de Braga, salientou que “a situação mantém-se, apesar de já haver uma autorização da parte do Ministério das Finanças, mas “não ter ainda a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil consubstanciado a mesma autorização para liquidar as despesas”.
Segundo António Nunes, “esperamos que já na próxima semana esse assunto que afeta as associações humanitárias possa estar resolvido, uma vez que alguns serviços extraordinários ainda não foram pagos, pelo que nos encontramos a tentar uma solução rápida com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e o Ministério da Administração Interna”.
A Liga dos Bombeiros Portugueses, que também se reuniu com a Federação de Bombeiros do Distrito de Braga, debateu outros assuntos prementes para a atividade quotidiana das corporações, continuando em cima da mesa a polémica com a nova organização operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, com a qual o organismo presidido por António Nunes tem vindo a “discordar frontalmente”, mas “aberto ao diálogo com o Governo”.
“Ouvimos a senhora secretária de Estado da Proteção Civil dizer através da Rádio Renascença estar o Governo disponível para o diálogo nessa matéria, pelo que esperamos o Ministério da Administração Interna transformar essa disponibilidade muito em breve em realidade para sentarmo-nos à volta da mesa com todo o clima de abertura ”, adiantou António Nunes.
António Nunes anunciou ainda estar “a negociar” agora com o Ministério da Coesão Territorial a possibilidade das associações humanitárias acederem a fundos comunitários, o que, espera, seja realidade em breve.
Recorde-se que ainda esta semana o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou, em Gondomar, que os bombeiros poderão vir a recorrer a fundos comunitários para investimento em infraestruturas e em modernização de equipamentos.
“O Orçamento de Estado não tem conseguido acompanhar as necessidades do reequipamento dos corpos de bombeiros, tendo sido para já contempladas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com 20 milhões de euros, mas outras ficaram de fora”, considerou.
Ainda segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, “as candidaturas a fundos comunitários através da nova modalidade, do ponto de vista regional, são um pouco mais complexas, pois normalmente só atingem 85 por cento dos valores dos projetos, pelo que terão de ser as autarquias locais ou as próprias associações humanitárias a suportarem os restantes 15 por cento, mas estamos também a tratar desse assunto a teremos em breve novidades acerca dos programas”.