Braga: Julgamento de ‘phishing’ adiado por falta de perícia a uma assinatura

Quatro arguidos acusados de furto de 31 mil euros 
Foto: Joaquim Gomes / O MINHO

O Tribunal de Braga vai adiar, segunda-feira, pela terceira vez, o julgamento de um caso de ‘phishing’, de 31 mil euros, que envolve quatro arguidos.

O coletivo de juízes pediu em novembro de 2023 uma perícia forense à caligrafia de uma arguida que declarou em audiência que não foi ela quem abriu a conta bancária existente em seu nome no banco Montepio e pela qual passou uma parte dos 31 mil euros, alegadamente furtados em 2014, das contas bancárias de 13 pessoas. A perícia, que é feita nos laboratórios da PJ ainda não chegou, e, por isso, a nova audiência de julgamento ficou, agora, marcada para janeiro próximo.

Conforme O MINHO noticiou, a mulher de nome Joana disse aos juízes que a assinatura que consta na ficha não é dela.

O coletivo de juízes quer saber se a assinatura que consta da ficha de abertura de conta foi ou não feita por ela.

O pedido da perícia obrigou ao adiamento da próxima sessão do julgamento – que devia ser de alegações finais – de outubro para novembro.

A mulher integra o grupo de quatro arguidos que estão a responder por alegado furto, através de ‘phishing’ de 31 mil euros em várias contas bancarias.

Após várias sessões, a defesa do principal arguido do processo, sustenta, que “não se conseguiu demonstrar, em audiência, quem foi o autor dos desvios das contas bancárias”, ou seja, a acusação “ainda não foi provada”.

Defesa: nada se provou

O advogado Licínio Ramalho, que defende Manuel C., um homem de Braga tido como o mentor do processo de ‘phishing’, ou seja, de desvio de dinheiros de contas bancárias alheias, disse a O MINHO que nenhum dos lesados, que depuseram como testemunhas, soube dizer quem é que tinha dado a ordem de transferência de dinheiros para as suas contas ou para a de outros arguidos .

A tese deste jurista é subscrita por outro advogado, João Araújo Silva, com escritório em Vila Verde e que defende um outro arguido – acusado de branqueamento: “o dinheiro foi para a conta do meu cliente, mas não se conhece quem ordenou a operação bancária”, disse.

13 lesados

O Tribunal ouviu já 13 lesados, enquanto testemunhas, os quais contaram como lhes foi retirado o dinheiro da conta que tinham no banco – quantias que chegavam a dois mil euros de cada vez- , embora nenhum deles tenha sabido dizer quem é que ordenou a transferência ilícita.

Os lesados são de Braga, Guimarães e Mirandela, entre outras localidades.

Inicialmente, o processo tinha cinco arguidos, mas um deles vai ser julgado em separado. Na audiência de ontem, apenas compareceram três, dado que um está doente, por acidente de trabalho.

Recorde-se que, o Ministério Público acusou um dos arguidos, Manuel C., de Braga, de sete crimes de acesso ilegítimo, e um de branqueamento. Os outros quatro, de branqueamento.

O MP diz que, em 2014, o Manuel C. concebeu um plano para aceder, através da internet, a contas bancárias de cidadãos portugueses, recorrendo para tal a uma página falsa, idêntica à do Montepio, através da qual – alguém não identificado – conseguiu que alguns clientes fornecessem os códigos de acesso às contas bancárias.

 
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