O Ministério Público de Braga acusou um homem de 35 anos, natural e residente na cidade, por ter sequestrado, para o roubar, um jovem de 19 anos, de Lomar, que teve de se atirar de um carro em andamento, para fugir ao agressor
Rui S., que é defendido pelo advogado João Ferreira Araújo, vai ser julgado num tribunal coletivo pelos crimes de roubo e de sequestro, praticados sobre a alegada vítima, com 19 anos, à data dos crimes, a 30 setembro de 2023.
Nesse dia, o jovem saiu, pelas 00:30, de um estabelecimento comercial onde trabalhava, indo a pé para casa, em Lomar. Quando ia caminhando, ao chegar junto ao hipermercado Intermarché, na EN 309, próximo da igreja local, surgiu o arguido, guiando um Peugeot 308, de cor preta. Este pensou que o poderia roubar – diz a acusação – pelo que transpôs a linha de estrada e colocou-se ao lado dele.
A seguir, iniciou uma conversa de circunstância com ele e ofereceu-se para o levar a casa, oferta que rejeitou “por não o conhecer e por suspeitar das suas intençoes”.
Barrou-lhe a passagem
Perante a resposta, o arguido guinou o veículo de forma a barrar-lhe a passagem, e disse-lhe, em tom sério que “se tentasse fugir algo de mau lhe iria acontecer”. Dito que acompanhou com forte aceleração do motor, em jeito de intimidação
Perante aquela abordagem, – prossegue o libelo acusatório – por se encontrar sozinho e pelo aspeto do arguido, que tinha tatuagens no pescoço, e por temer que algo de mal lhe acontecesse, entrou para o carro.
Depois, já no interior, o arguido disse-lhe: “Dá-me o teu dinheiro todo, quero dinheiro”. A alegada vítima respondeu que não tinha e mostrou-lhe a mochila para o comprovar. Ao que o agressor retorquiu: “Estás a gozar com a minha cara, dá-me o teu dinheiro, vamos levantar com o teu cartão”. E ameaçou-o de que o levaria para o monte e o espancaria, deixando-o sem roupa.
Rui conduziu o carro em direção à vítima e depois virou para o acesso à variante.
Aí disse-lhe que lhe entregasse o telemóvel, um iPhone 12, e uns iPods que tinha nos bolsos. Pediu-lhe os iPods, ele entregou-os, mas o outro insistiu para que lhe entregasse o iPhone.
Salto em desespero
Nesse momento, e “perante nova ameaça de que o levaria para o monte, com o veículo em andamento a cerca de 50 quilómetros por hora, em desespero, abriu a porta e saltou para a berma da estrada”.
Apesar de uma das sapatilhas ter ficado preso no banco do automóvel e de se ter magoado num pé e no ombro, fugiu, escondendo-se no meio de uns campos.
O MP considera que atuou com a intenção de o privar da liberdade e com o propósito de o intimidar, para lhe causar receio e temer pela própria vida.
Aquando da sua detenção pela PJ/Braga, o Tribunal decretou-lhe a prisão preventiva, medida que ainda se mantém.
