Em 2019, pediu o carro emprestado, um Seat Ibiza, a uma namorada e nunca mais o devolveu. Isto apesar dos seus pedidos insistentes para que o fizesse. Para cúmulo, diz o Ministério Público, ainda lhe exigiu quatro mil euros para devolver o carro e ameaçou-a, várias vezes, por mensagens telefónicas.
João Romero, hoje com 25 anos, nascido na Alemanha mas residente em Braga, vai ser julgado no Tribunal de Braga por este crime e por outros três, de abuso de confiança, tentativa de extorsão e furto. E em coautoria com outra mulher. O arguido foi já condenado, em setembro de 2022, conforme O MINHO noticiou, a oito anos de prisão pelo rapto de um homem, executado a pedido da mulher daquele.
No processo agora em causa, o MP diz, também, que abasteceu o carro, em março de 2020, num posto no Bom Retiro, em Vila Verde, com 48, 94 litros de gasolina e fugiu.
O homem fez, depois, o mesmo, a 31 de dezembro na ‘bomba’ da Prio na Variante do Fojo, em Braga, onde meteu 47, 9 litros no valor de 57, 43 euros e ‘pôs-se a andar’. Neste caso atuou com uma outra namorada, Ana Fernandes, então com 21 anos – também arguida no processo – isto, depois de terem furtado as chapas de matrícula de um Skoda no interior de uma garagem na Rua Luís Soares Barbosa, em Braga.
Os dois viviam numa garagem desse prédio, que lhes foi cedida, por comiseração, por uma das proprietárias de um apartamento, mas, em vez de atos de gratidão, assaltaram, ainda, duas outras garagens vizinhas: numa furtaram 15 objetos, entre os quais uma ‘vespa’ da marca Piaggio, três capacetes, um computador, duas máquinas e diversas ferramentas. De seguida, arrombaram outra garagem e levaram mais quatro objetos.
Rapto encomendado
No caso do rapto, o Tribunal de Braga deu como provado que Liliana Alves, de Guimarães, movida por ciúmes, “encomendou” a João Romero o rapto do seu marido, que, segundo ela, “andava com putinhas contratadas através do Instagram”, tendo este sido raptado na noite de 08 de outubro de 2020.
A ideia seria deixá-lo abandonado nu, na Serra do Gerês, depois de levar uma sova por parte dos raptores – um grupo de jovens casais que se dedicavam a cometer furtos e andavam a ser investigados pela PSP de Braga – mas a vítima escapou, atirando-se do carro em andamento, numa rotunda à saída de Braga.