O Conselho de Ministros incluiu a requalificação do Nó de ìnfias, em Braga, e três outras obras, em Vila Verde, Terras de Bouro e Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto), nas instruções de investimento que deu à a Infraestruturas de Portugal (IP), para o avanço de projetos rodoviários considerados prioritários.
Além do Nó de Infias (ligação entre Estrada Nacional 101 e EN14), a resolução do Conselho de Ministros prevê a intervenção na EN201 e Variante à EN101 em Vila Verde, a requalificação da EN307 que vai para Terras de Bouro e a concretização do segundo troço da Via do Tâmega entre Corgo e Arco do Baúlhe (A7).
Na altura, o Governo anunciou a intenção de avançar com cerca de 30 projetos prioritários de infraestruturas rodoviárias em Portugal.
Custa 11 milhões
Recorde-se que, e conforme o O MINHO noticiou, o executivo do Município de Braga aprovou, em fevereiro, com a abstenção do PS e os votos favoráveis da CDU e da Coligação PD/CDS, o projeto de requalificação do Nó de Ínfias, no centro da cidade, uma obra que vai custar 11 milhões de euros – custeados pelo Instituto de Estradas – e cujo concurso publico pode avançar ainda em 2025.
Em termos jurídicos, os vereadores aprovaram a proposta de acordo de gestão a celebrar entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e o Município. Na ocasião, o autarca local, Ricardo Rio, adiantou que pode estar concluída em 2027.
O presidente disse que “a obra não vai resolver todos os problemas de trânsito da cidade”, embora represente um grande avanço. “O projeto esteve a marinar por falta de vontade política”, sustentou, aludindo ao anterior Governo do PS.
O documento vai, agora, ser analisado pelo IMT (Instituto de Mobilidade e dos Transportes), prevendo-se que a decisão de avançar com a obra seja anunciada dia 26, em Braga, pelo Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
PS: “Vem 12 anos mais tarde”
A requalificação do Nó, “o cancro rodoviário da cidade”, vai melhorar a circulação na saída Norte da cidade, mas a oposição contesta os números avançados pelo Município. “Não faz sentido que se diga que vai retirar 95 por cento do tráfego, isso é impossível, logo enganador”, afirmou o vereador socialista Artur Feio, que, aplaudiu o avanço do processo, embora tenha dito que “vem 12 anos mais tarde” e que o PS não vota favoravelmente senão quando as obras arrancam.
Uma crítica a que Ricardo Rio respondeu dizendo que “são números que constam dos documentos elaborados pela empresa que fez o estudo”.
Já vereador da CDU, Vítor Rodrigues, acentuou que a requalificação do Nó e o prolongamento da Variante do Cávado – em fase de conclusão do respetivo projeto – são, a par da implementação do BRT (Autocarro de Transporte Rápido) “essenciais para resolver os problemas de trânsito”.
O projeto para Ínfias envolve a construção de um viaduto com 220 metros e a reformulação das vias. Decorrerá sem que o Nó seja fechado.
Quando os trabalhos findarem, as filas – que chegam a ter quatro quilómetros – e os respetivos tempos de espera, nas horas de ponta diminuem mais de 80 por cento, ou seja – defende o projetista – o atraso total, dos 110 mil veículos que circulam diariamente nas vias envolvidas, passará de 374 horas em 2021, para de 76h em 2043, na hora de ponta da manhã, e de 507h (2021) para 27h (2043), na hora de ponta da tarde.